A primeira reunião do Conselho Diretor da Associação Comercial da Bahia (ACB) sob a presidência da empresária Isabela Suarez foi considerada histórica por todos os presentes, segundo artigo de Joaci Góes, publicado no jornal Tribuna da Bahia nesta quinta-feira (21/08/2025), sob o título “Uma reunião histórica”. O encontro contou com a participação da maioria dos ex-presidentes da entidade, incluindo Paulo Cavalcanti, atual presidente do Conselho, além de lideranças empresariais e políticas de destaque nacional.
O texto de Góes destacou que a ACB, fundada há 214 anos e considerada a mais antiga do continente americano em seu gênero, precisa retomar o papel de protagonista no encaminhamento de soluções para problemas estruturais do Brasil, especialmente diante da crise política, econômica e social agravada na Bahia.
Segundo o artigo, a reunião apontou que o maior desafio contemporâneo do país é o ambiente de antagonismo que divide a sociedade brasileira, bloqueando a transição do status de “País do Futuro” para o de nação plenamente desenvolvida.
Os conselheiros apresentaram sugestões para superar entraves que limitam o avanço econômico e social. O conjunto das intervenções, escreve Góes, enfatizou a necessidade de elevar a infraestrutura física, intelectual e moral da sociedade, com atenção especial à Bahia e ao Nordeste, sem perder de vista os interesses nacionais.
Críticas à ponte Salvador-Itaparica
Um dos pontos de maior consenso foi a condenação unânime à construção da ponte Salvador-Itaparica, considerada uma obra que desrespeita prioridades básicas de gestão pública. Góes sublinha que a medida foi classificada como “violação ao bom senso”, uma vez que projetos estruturais como saneamento básico e educação deveriam preceder investimentos bilionários em empreendimentos de menor impacto social.
Além disso, houve críticas ao predomínio do poder público — federal, estadual e municipal — em decisões de longo alcance sem a devida valorização das contribuições do setor privado.
Saneamento e desigualdade social
O artigo alerta que metade da população brasileira vive com longevidade reduzida e doente, resultado direto da ausência de saneamento básico e da precariedade da educação pública. Esses fatores foram apontados como principais motores da desigualdade social e da criminalidade.
Na Bahia, a situação é ainda mais grave: o estado apresenta o maior déficit de saneamento do Brasil, o que impacta diretamente em índices alarmantes de doenças como tuberculose, hanseníase e doença de Chagas, além de refletir em um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) da América Latina.
Política e a distinção entre políticos e estadistas
Góes encerra sua análise recorrendo à célebre distinção feita por Winston Churchill, segundo a qual “o político atua de olho nas próximas eleições, enquanto o estadista decide com foco nas próximas gerações”.
Para o autor, a permanência da crise brasileira decorre da escolha reiterada por líderes que priorizam interesses imediatos e pessoais, em detrimento de políticas de Estado capazes de garantir um futuro mais próspero e justo.
*Joaci Góes, advogado, jornalista, escritor, empresário e político brasileiro, nascido em Ipirá, Bahia, em 1938, preside o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), mais antiga e uma das mais importantes instituições culturais do estado, com sede em Salvador.
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