Presidente Lula assina decreto que institui a TV 3.0 no Brasil, com início em 2026

O governo federal regulamentou a implantação da TV 3.0, nova geração da televisão aberta que une internet, alta definição e serviços digitais gratuitos. O sistema, baseado no padrão ATSC 3.0, terá início em 2026 nas capitais e expansão gradual até atingir todo o país. A medida promete gerar empregos, modernizar a radiodifusão, ampliar acessibilidade e fortalecer a soberania digital, mantendo a TV aberta como espaço democrático de informação e cidadania.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina decreto que institui a TV 3.0 no Brasil, em cerimônia no Palácio do Planalto. A nova tecnologia une televisão aberta e internet, modernizando o sistema de radiodifusão e ampliando serviços digitais.

Na quarta-feira (27/08/2025), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que regulamenta a implantação da TV 3.0 no Brasil. O sistema, que entrará em operação a partir de 2026, promete integrar televisão aberta e internet, oferecer imagens em 4K e 8K, som imersivo, interatividade ampliada e novos recursos de acessibilidade. O modelo reafirma a gratuidade do serviço, moderniza a radiodifusão nacional e posiciona o país na vanguarda tecnológica do setor.

Segundo o ministro das Comunicações, Frederico Siqueira Filho, a medida representa um “momento histórico” para a radiodifusão brasileira. O novo sistema preserva o caráter gratuito da televisão aberta, mas passa a integrar serviços digitais por meio da internet.

Atualmente, o Brasil possui 80 milhões de domicílios com televisão, dos quais 75 milhões já têm acesso à internet. A meta é utilizar essa infraestrutura para ampliar a prestação de serviços públicos digitais e fortalecer a televisão como espaço democrático de informação e cultura.

Impactos econômicos e sociais

O governo destaca que a TV 3.0 terá efeito direto na economia, com geração de empregos, estímulo à indústria criativa e fortalecimento da cadeia produtiva de radiodifusão. O investimento inicial é de R$ 7,5 milhões, destinado à fase preparatória, que deve ser concluída em 2025.

As primeiras transmissões começam em 2026 nas capitais brasileiras e a expansão nacional deve levar até 15 anos. A tecnologia permitirá maior eficiência de transmissão, abertura a novos radiodifusores e democratização do acesso.

Soberania digital e futuro das comunicações

O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, destacou que a inovação reafirma a soberania digital do país. Para ele, o decreto representa não apenas uma mudança tecnológica, mas também uma visão estratégica de futuro, ao integrar televisão aberta, pluralidade de conteúdos e serviços públicos digitais.

Entre as novidades, cidadãos poderão acessar diretamente no televisor serviços do Gov.br, ampliando a inclusão digital e facilitando a relação entre Estado e sociedade.

Recursos tecnológicos e acessibilidade

A TV 3.0 utilizará o sistema ATSC 3.0, considerado um dos padrões mais avançados de transmissão digital do mundo. A tecnologia proporcionará imagens de alta definição (4K e 8K), som imersivo, personalização da experiência do usuário e acessibilidade ampliada.

O sistema oferecerá legendas configuráveis, gerador automático de Libras, audiodescrição e até fluxo adicional de vídeo com intérprete de língua de sinais em tempo real. Essas funcionalidades reforçam o caráter inclusivo da televisão aberta.

O papel da radiodifusão brasileira

O presidente do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD), Raimundo Barros, lembrou que a decisão de Lula em 2006 de implantar a TV digital já havia marcado um avanço histórico. Segundo ele, a TV aberta ainda representa cerca de 60% do consumo de vídeo nos lares brasileiros, o que reafirma sua relevância.

Representantes de entidades como ABERT e ABRATEL também destacaram a credibilidade e a confiança depositadas pela população na TV aberta. A promessa é que a nova fase da radiodifusão mantenha o caráter gratuito e acessível, mas com maior qualidade e integração digital.

Desafios

A instituição da TV 3.0 projeta o Brasil como referência em radiodifusão digital, mas levanta desafios. O cronograma de 15 anos para universalização expõe a complexidade logística e a desigualdade no acesso tecnológico entre regiões. O investimento inicial de R$ 7,5 milhões é modesto frente à dimensão do projeto, o que poderá exigir novos aportes públicos e privados. Ao mesmo tempo, a promessa de integração entre TV aberta e internet reforça o debate sobre privacidade de dados e governança digital, exigindo regulação clara e proteção do usuário.

Dados principais da TV 3.0

1. Implantação e Cronograma

  • Decreto assinado em 27/08/2025 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
  • Fase preparatória: conclusão até 2025.
  • Início das transmissões: primeiro semestre de 2026, nas capitais.
  • Expansão nacional: previsão de até 15 anos para cobertura integral.

2. Investimentos

  • Valor inicial: R$ 7,5 milhões.
  • Recursos destinados à fase de preparação e estudos técnicos.
  • Expectativa de novos aportes públicos e privados ao longo da expansão.

3. Alcance e Infraestrutura

  • 80 milhões de domicílios brasileiros têm TV.
  • 75 milhões de domicílios têm acesso à internet.
  • TV aberta ainda representa cerca de 60% do tempo de consumo de vídeo nos lares brasileiros.

4. Recursos Tecnológicos

  • Padrão internacional: ATSC 3.0 (transmissão digital avançada).
  • Qualidade de imagem: 4K e 8K.
  • Som: imersivo.
  • Funcionalidades: interatividade e integração com a internet.

5. Acessibilidade

  • Legendas configuráveis (cor, tamanho, fonte, posição).
  • Gerador automático de Libras.
  • Audiodescrição.
  • Fluxo adicional de vídeo com intérprete em tempo real de língua de sinais.

6. Impactos Econômicos e Sociais

  • Geração de empregos diretos e indiretos.
  • Fortalecimento da indústria criativa e de radiodifusão.
  • Inclusão digital e acesso a serviços públicos via Gov.br pela televisão.
  • Democratização do setor, com abertura a novos radiodifusores.

7. Instituições e Autoridades Envolvidas

  • Presidente Lula: assinatura do decreto.
  • Ministério das Comunicações (MCom): liderança do processo.
  • Secom/PR: ênfase na soberania digital.
  • Fórum SBTVD: suporte técnico.
  • ABERT e ABRATEL: apoio das emissoras privadas.
  • Emissoras públicas (TV Brasil, TV Câmara, TV Senado, TV Justiça): destaque no catálogo DTV+.

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