PT elege nova Executiva e alerta: Trump prepara ofensiva contra Lula em 2026; Presidente dos EUA é chamado de “líder fascista”

O PT definiu neste sábado (23/08/2025) a nova Executiva Nacional, presidida por Edinho Silva, com redistribuição de áreas estratégicas e reforço da pluralidade interna. A composição inclui oito vice-presidências e a nomeação de Éden Valadares para a Secretaria de Comunicação. A Executiva aprovou resolução política que alerta para uma ofensiva de Donald Trump contra Lula em 2026, denunciando guerra híbrida, tarifaço de 50% e sanções ao ministro Alexandre de Moraes.
PT elege nova Executiva Nacional, presidida por Edinho Silva, e aprova resolução que denuncia ofensiva de Donald Trump contra Lula e a democracia brasileira rumo a 2026.

O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) aprovou neste sábado (23/08/2025 ), em reunião em Brasília, a nova composição da Comissão Executiva Nacional (CEN), instância central responsável pela condução política da legenda e pela estratégia eleitoral rumo a 2026. Sob a presidência de Edinho Silva, a Executiva ganha nova configuração, com reforço da pluralidade interna, redistribuição de áreas estratégicas e foco na comunicação. Além da escolha da nova direção, o partido aprovou uma resolução política que alerta para uma ofensiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com uso de redes sociais e inteligência artificial em uma “guerra híbrida” contra a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição.

A reconfiguração da Executiva Nacional

A eleição da nova Executiva Nacional decorre da vitória da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB) no Processo de Eleição Direta (PED) de 2025, que consolidou Edinho Silva como presidente nacional. O grupo reúne nomes históricos, lideranças estaduais e representantes de movimentos sociais.

A nova composição trouxe oito vice-presidências, ocupadas por Jilmar Tatto, Joaquim Soriano, José Guimarães, Rubens Júnior e Washington Quaquá, entre outros. Também foram formalizadas as lideranças parlamentares: Lindbergh Farias, na Câmara dos Deputados, e Rogério Carvalho, no Senado. A diversidade da Executiva busca equilibrar correntes internas e fortalecer a unidade em torno de Lula.

Éden Valadares assume a comunicação

Entre os destaques está a nomeação do baiano Éden Valadares como secretário nacional de Comunicação. Ex-presidente do PT Bahia e aliado de Edinho Silva, Valadares enfatizou a necessidade de modernizar a comunicação da legenda.

Segundo ele, é preciso ousadia para inovar e aproximar o partido da base social e das novas gerações. Sua estratégia prevê maior presença nas plataformas digitais e redes sociais, além do fortalecimento da atuação comunitária. “É fundamental adaptar a linguagem, sem perder a identidade histórica, para dialogar com todos os segmentos da sociedade”, declarou.

Estrutura financeira e mobilização

A secretária de Finanças e Planejamento, Gleide Andrade, foi reconduzida ao cargo e defendeu maior transparência e engajamento da militância na arrecadação. O PT seguirá incentivando contribuições voluntárias, tradição que reforça a identidade histórica da sigla.

Na área de mobilização, a responsabilidade ficou com Luiz Felipe (Hadesh). Já a recém-criada Secretaria Nacional de Nucleação, sob comando de Maria de Jesus (Claudinha), terá o papel de reorganizar os núcleos de base, resgatando práticas da fundação do partido.

Representação social e movimentos populares

O partido manteve Lucinha (Vera Lúcia Barbosa, do MST) na Secretaria de Movimentos Populares, ampliando o diálogo com organizações sociais. A Secretaria de Relações Internacionais ficou com o senador Humberto Costa, que terá como missão defender a imagem do PT no exterior, em meio às críticas à política externa brasileira.

Outras funções estratégicas também foram distribuídas: Laércio Ribeiro (Organização), Tássia Rabelo (Formação), Vitória Fortuna (Políticas Públicas) e Romenio Pereira (Assuntos Institucionais).

Resolução política: alerta sobre Trump

Na mesma reunião, a nova Executiva aprovou a primeira resolução política de seu mandato. O documento alerta que o presidente norte-americano Donald Trump intensificará sanções contra o Brasil e lançará mão de uma “guerra híbrida” baseada em redes sociais e inteligência artificial, visando desestabilizar a eleição de 2026.

O texto associa a estratégia de Trump a práticas de desinformação, discurso de ódio e teorias da conspiração, mecanismos que, segundo o PT, buscam corroer instituições democráticas e fomentar violência política.

Impacto das tarifas e pressões externas

A resolução também menciona o tarifaço de 50% imposto por Trump às exportações brasileiras em julho, vinculado ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). Trump chegou a exigir a paralisação do processo e, em retaliação, o ministro Alexandre de Moraes foi alvo de sanções pela Lei Magnitsky.

Para o PT, tais iniciativas configuram um ataque direto à soberania nacional, indicando que os EUA não limitarão sua ofensiva ao campo econômico, mas atuarão também na política e na comunicação digital.

Estratégia do PT para 2026

A resolução estabelece como prioridade central a reeleição de Lula. Para isso, o PT pretende investir em duas frentes:

  • Mobilização popular em ruas e redes sociais.

  • Articulação diplomática e institucional em defesa da democracia e da soberania brasileira.

Edinho Silva destacou que o partido buscará liderar uma frente democrática ampla, unindo partidos de esquerda e centro-esquerda, e ampliando o diálogo internacional.

“Defender a democracia brasileira é prioridade, mas precisamos também construir alianças no exterior”, afirmou.

Trump caracterizado como líder fascista

Em declarações à imprensa, Edinho Silva classificou Trump como “o maior líder fascista do século 21”, citando episódios como a repressão a movimentos sociais, a deportação de imigrantes venezuelanos e a ordem para apagar a inscrição “Black Lives Matter” em Washington. Segundo o dirigente, tais medidas refletem práticas autoritárias e racistas que devem ser denunciadas no plano internacional.

Lista completa da nova Comissão Executiva Nacional do PT

  • Edinho Silva – Presidente Nacional

  • Lindbergh Farias – Líder da Bancada na Câmara

  • Rogério Carvalho – Líder da Bancada no Senado

  • Jilmar Tatto – Vice-presidente

  • Joaquim Soriano – Vice-presidente

  • José Guimarães – Vice-presidente

  • Rubens Júnior – Vice-presidente

  • Washington Quaquá – Vice-presidente

  • Éden Valadares – Secretário Nacional de Comunicação

  • Gleide Andrade – Secretária de Finanças e Planejamento

  • Henrique Fontana – Secretário-Geral

  • Humberto Costa – Secretário Nacional de Relações Internacionais

  • Laércio Ribeiro – Secretário Nacional de Organização

  • Lucinha (Vera Lúcia Barbosa) – Secretária Nacional de Movimentos Populares e Política Setorial

  • Luiz Felipe (Hadesh) – Secretário Nacional de Mobilização

  • Maria de Jesus (Claudinha) – Secretária Nacional de Nucleação

  • Romenio Pereira – Secretário Nacional de Assuntos Institucionais

  • Tássia Rabelo – Secretária Nacional de Formação

  • Vitória Fortuna – Secretária Nacional de Articulação de Políticas Públicas

  • Ana Júlia – Vogal

  • Anne Moura – Vogal

  • Camila Moreno – Vogal

  • Cristiano Silveira – Vogal

  • João Maurício – Vogal

  • Lizandra Dawany – Vogal

  • Maristella Matos – Vogal

  • Milena Conceição Farias – Vogal

  • Misiara Oliveira – Vogal

  • Natália de Sena – Vogal

Discurso de vitimização

A recomposição da Executiva Nacional do PT evidencia a estratégia de centralização em torno de Lula e a tentativa de modernizar a comunicação partidária. Ao mesmo tempo, a resolução que denuncia Donald Trump como ameaça direta à democracia brasileira mostra o esforço do PT em enquadrar o embate eleitoral de 2026 em termos de soberania nacional e luta contra o imperialismo. A leitura, porém, reforça a polarização internacional e pode ser interpretada como antecipação de um discurso de vitimização externa, a ser explorado caso o cenário eleitoral se torne adverso.


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