PF apreende carros de luxo, vinhos raros e obras de arte em operação contra fraudes bilionárias no INSS

Polícia Federal cumpre mandados em operação que prendeu o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, e o advogado Nelson Wilians; apreensões incluem veículos de alto padrão, vinhos avaliados em até R$ 200 mil e obras de Di Cavalcanti.

Na sexta-feira (12/09/2025), a Polícia Federal deflagrou nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga fraudes bilionárias em aposentadorias e pensões do INSS. Dois suspeitos foram presos: o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e o advogado Nelson Wilians. Juntas, as apreensões ultrapassam R$ 67 milhões em bens de alto valor.

Entre os itens confiscados, destacam-se carros de luxo, como um Rolls-Royce de R$ 11 milhões, dezenas de veículos esportivos e motos de coleção. Os agentes também recolheram armas, relógios, dinheiro em espécie, vinhos raros e obras de arte de artistas como Di Cavalcanti, Tomie Ohtake e Orlando Teruz.

Detalhes da operação em São Paulo

Em São Paulo, a PF apreendeu 17 veículos de alto padrão, incluindo uma Ferrari e motos exclusivas. Na residência de Nelson Wilians, os agentes encontraram uma adega com garrafas avaliadas em até R$ 50 mil cada, além de obras que podem ultrapassar milhões de reais em valor de mercado. Também foram encontrados dois fuzis, duas pistolas e R$ 460 mil escondidos em sapatos.

Outro alvo, o empresário Fernando Cavalcanti, mantinha em casa itens de colecionador, como uma réplica do carro da McLaren usado por Ayrton Senna em 1993, um capacete autografado pelo piloto e uma luva assinada pelo personagem Rocky Balboa. Segundo a PF, apenas a coleção de vinhos apreendida com ele chega a R$ 7 milhões. Cavalcanti não foi preso.

Prisão do “Careca do INSS” em Brasília

Em Brasília, foi preso Antônio Carlos Camilo Antunes, apontado como o maior operador do esquema. A investigação aponta que ele teria pago R$ 9,3 milhões em propina a servidores do INSS para viabilizar descontos ilegais em benefícios de aposentados e pensionistas. Parte dos valores era repassada por meio da AMBEC (Associação dos Aposentados Mutualistas de Benefícios Coletivos), que, segundo a PF, funcionava como fachada para desvio de recursos.

Estrutura do esquema investigado

De acordo com o inquérito, a AMBEC repassava recursos a empresas ligadas a Camilo Antunes e Maurício Camisotti, também investigado como sócio oculto da associação. O Coaf identificou transferências suspeitas envolvendo Nelson Wilians, que levantaram indícios de lavagem de dinheiro.

A operação contou com sete mandados de busca e apreensão e foi autorizada pelo ministro André Mendonça, do STF, com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República.

Defesa dos investigados

  • A defesa de Antônio Carlos Camilo Antunes afirmou que pedirá reconsideração ao STF, alegando falhas na decisão judicial.
  • O advogado Nelson Wilians declarou ser inocente e garantiu colaborar integralmente com as autoridades.
  • Maurício Camisotti disse não haver fundamento para sua prisão.
  • Fernando Cavalcanti negou vínculos com o INSS e afirmou que todos os seus negócios são lícitos.
  • Os advogados da AMBEC sustentam que a captação de associados é feita por empresas privadas, e não pela entidade.

Enriquecimento ilícito de operadores

A operação evidencia a dimensão do desvio de recursos públicos no sistema previdenciário, atingindo diretamente aposentados e pensionistas. O volume de bens apreendidos contrasta com a realidade dos beneficiários, revelando o abismo entre o enriquecimento ilícito de operadores e a vulnerabilidade social de milhões de brasileiros. A investigação ainda levanta questionamentos sobre falhas de controle interno do INSS e a atuação de escritórios de advocacia e empresas privadas na intermediação de benefícios. O caso reforça a necessidade de mecanismos mais rígidos de fiscalização e transparência na gestão da Previdência.

*Com informações do Jornal Nacional.

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