A multinacional francesa Soprema se prepara para inaugurar nesta sexta-feira (26/09/2025) uma megafábrica de €30 milhões, cerca de R$ 180 milhões, no Centro Industrial do Subaé, em Feira de Santana, consolidando a cidade como hub estratégico do Nordeste. O complexo de 56 mil m², com seis fábricas integradas, aposta em automação, sustentabilidade e geração de empregos. Em entrevista exclusiva ao jornalista e cientista social Carlos Augusto, editor do Jornal Grande Bahia, o Diretor Geral da empresa no Brasil, Sérgio Guerra, destacou a relevância do investimento e os impactos previstos para o setor e para a economia regional.
Confira entrevista
Jornal Grande Bahia (JGB): O que torna a inauguração da unidade em Feira de Santana mais do que um investimento industrial, ou seja, um marco de posicionamento estratégico da Soprema no Brasil?
Sérgio Guerra (SG): Essa inauguração que está ocorrendo no dia 26 de setembro é muito mais do que a abertura de uma fábrica: é a entrega de um complexo industrial que abrigará três das nossas marcas, seis fábricas e um centro de distribuição de produtos para isolamento térmico e acústico. Ele representa uma mudança completa no posicionamento da Soprema para atender o Norte e o Nordeste.
Estamos em Feira de Santana há 13 anos com a linha de impermeabilizantes, mas, agora, esse complexo industrial, dez vezes maior do que a antiga unidade, amplia nossa atuação. Além de impermeabilizantes, que passam a incluir fitas e, em breve, mantas asfálticas, teremos a produção da Puvitec — com adesivos à base de PVC, PVA e massas em geral —, uma fábrica de fita de teflon e um grande centro de distribuição para materiais de isolamento. Em resumo: Soprema, Puvitec e Rockfibras passam a operar juntas nesse polo, que se torna um divisor de águas para nossas operações no Brasil.
JGB: De que maneira a automação e o laboratório internacional transformam a fábrica em um centro de inovação, e não apenas de produção?
SG: O complexo nasce com um laboratório altamente equipado para atender toda necessidade de desenvolvimento regional que o Grupo Soprema vai ter nessa fábrica e já integrado às unidades de Cesário Lange, Suzano e Guararema. Isso garante inovação e capacidade de desenvolvimento local, adaptando produtos às necessidades específicas do mercado do Norte e Nordeste.
Além disso, será inaugurado futuramente neste complexo um grande centro de treinamento para compartilhar nossos avanços e tecnologias com clientes, projetistas e parceiros, mostrando como podemos contribuir para processos construtivos mais eficientes.
Outro diferencial é que já inauguramos com boa parte da energia sendo gerada no próprio site: áreas administrativas, laboratório e expedição são 100% supridas por energia renovável local. Soma-se a isso o alto grau de automação, que aumenta a agilidade na entrega e melhora o atendimento aos clientes da região.
JGB: Além dos empregos diretos, como a presença da Soprema pode redesenhar a cadeia produtiva local e impulsionar novos negócios na Bahia?
SG: Quando este novo complexo industrial estiver em plena operação, estimamos que mais de 200 colaboradores estarão diretamente ligados à planta. O impacto, porém, vai muito além: mais de mil famílias serão beneficiadas ao longo da região, seja pelo consumo local, serviços, comércio ou logística necessária para sustentar a fábrica. Temos muita satisfação em contribuir para o desenvolvimento de Feira de Santana com esse novo investimento industrial.
JGB: Como a nova planta pode se tornar uma referência em sustentabilidade industrial no Brasil, conciliando crescimento e neutralidade de carbono?
SG: Esse ponto já está bastante presente nas iniciativas que mencionei: automação, energia limpa gerada no próprio site, laboratórios integrados que reduzem deslocamentos e centro de treinamento que dissemina práticas construtivas mais sustentáveis. A Soprema tem a sustentabilidade como um pilar estratégico no mundo todo e aqui também buscamos crescimento aliado à redução de impacto ambiental.
JGB: Como a integração das empresas adquiridas (Denver, Rockfibras, Polipox e Puvitec) se materializa agora na megafábrica?
SG: Nossa trajetória industrial no Brasil é recente, mas intensa. Em 2020, adquirimos a Denver Impermeabilizantes, referência nacional em mantas asfálticas. Em 2022, passamos ao isolamento térmico e acústico com a compra da Rockfibras, líder em lã de rocha. Em 2024, vieram duas aquisições estratégicas: a Polipox, com tecnologias em epóxi e poliuretano, e a Puvitec, referência em adesivos. Hoje, todo esse portfólio se conecta na megafábrica, consolidando sinergias e formando uma identidade única da Soprema no Brasil.
JGB: Como a megafábrica de Feira de Santana pode transformar o Brasil de um mercado consumidor em um polo exportador para a América Latina?
SG: Esse investimento em Feira de Santana é bastante diferenciado porque leva ao Nordeste linhas de produtos que até então não eram produzidas na região. Isso vai propiciar um grande impulsionamento não só no mercado local, mas também na rapidez e agilidade para atendimento de todo o Norte e Nordeste. Complementando com as demais fábricas da Soprema no Brasil, a unidade de Feira se tornará o grande epicentro industrial do Grupo, apta a atender o mercado brasileiro e toda a América do Sul.
JGB: Inaugurar um complexo desse porte no Nordeste é também um ato de confiança. Que mensagem a Soprema quer passar ao setor e ao país?
SG: A inauguração desse complexo nos deixa bastante esperançosos e otimistas com o mercado do Norte e Nordeste. O Brasil tem dimensão continental, e estar próximo dos clientes é essencial. Nossas decisões são sempre pautadas no médio e longo prazo, e acreditamos muito no potencial dessa região. Mais do que palavras, esse investimento é prova do nosso compromisso. Estamos otimistas, confiantes e gratos pela receptividade dessa região tão rica e calorosa.
Impacto econômico e posicionamento global
Expansão no Brasil
A presença da Soprema no Brasil começou em 2020 e se consolidou com aquisições estratégicas: Denver Impermeabilizantes (2020), Rockfibras (2022), Polipox (2024) e Puvitec (2024). Todas essas operações agora se integram ao complexo baiano.
Sustentabilidade e automação
A nova unidade nasce com energia solar, reaproveitamento de resíduos e automação de ponta, alinhada às metas de neutralidade de carbono da União Europeia.
Feira de Santana como hub logístico
Localizada no entroncamento rodoviário do Nordeste, Feira de Santana foi escolhida por estar próxima a 30% do consumo nacional de impermeabilizantes e isolantes. O projeto deve elevar o PIB baiano e consolidar a cidade como referência em logística e distribuição.
Escala internacional
O Grupo Soprema, fundado em 1908, está presente em mais de 90 países, com faturamento global de €6 bilhões em 2024 e cerca de 12 mil colaboradores. No Brasil, a empresa passa a operar sete fábricas após a inauguração em Feira de Santana.
Linha do tempo da Soprema no Brasil (2020–2025)
2020 — Chegada ao Brasil
Aquisição da Denver Impermeabilizantes, referência nacional em mantas asfálticas e produtos para construção civil.
2022 — Expansão no isolamento térmico e acústico
Compra da Rockfibras, líder em lã de rocha, consolidando a atuação no segmento termoacústico.
2024 — Fortalecimento do portfólio químico
Aquisição da Polipox, especializada em resinas epóxi e poliuretano.
Aquisição da Puvitec, com foco em adesivos e selantes, ampliando a rede de distribuição nacional.
2025 — Feira de Santana no mapa global
Abril: Projeto da nova unidade é apresentado oficialmente na FEICON 2025, em São Paulo.
Setembro: Inauguração da megafábrica de 56 mil m² em Feira de Santana (BA), investimento de €30 milhões, integrando seis fábricas e três marcas.
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