O julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Jair Bolsonaro e ex-auxiliares tem sido alvo de críticas crescentes. O artigo “Um jogo de cartas marcadas”, publicado nesta quinta-feira (04/09/2025) pelo escritor e ex-deputado Joaci Góes na Tribuna da Bahia, afirma que o processo teria caráter político e estaria marcado pela violação do devido processo legal.
Segundo o texto, a condução do caso pelo ministro Alexandre de Moraes transformou o julgamento em um “episódio circense”, no qual a decisão já estaria previamente definida. A crítica central sustenta que a atuação judicial compromete a imagem do Brasil no exterior e gera impactos negativos na economia nacional.
Defesa, corporativismo e fragilidade institucional
O autor destaca que as defesas apresentadas pelos advogados de Bolsonaro apontaram ausência de tipificação jurídica da tentativa de golpe de Estado, argumento que não teria sido considerado pela Corte. A avaliação é de que prevalece um “espírito revanchista” no tribunal.
De acordo com Góes, apenas o ministro Luiz Fux poderia se contrapor a Moraes, enquanto os demais integrantes da Primeira Turma tenderiam a subscrever suas decisões. Esse suposto corporativismo seria mais um indicativo da crise de credibilidade da Suprema Corte.
Comparações históricas e críticas ao governo
O artigo estabelece paralelos com regimes autoritários do século XX, como a União Soviética sob Stalin, a China de Mao Tsé-Tung e a Alemanha de Hitler. Para Góes, a conduta do STF coloca o Brasil no patamar de tribunais marcados por intolerância e perseguição política.
Além da esfera judicial, a análise se estende ao Executivo. O autor associa o julgamento à política externa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, classificada como populista e responsável por agravar tensões com os Estados Unidos. A crise diplomática teria elevado o Brasil à condição de “vilão internacional”, em confronto com valores do Ocidente.
Possibilidade de transição e debate sobre impeachment
O texto também aborda o debate sobre impeachment de Lula, alimentado por setores que apontam erros de condução política e diplomática. Para Góes, uma eventual licença do presidente, com transferência do cargo ao vice Geraldo Alckmin, poderia reduzir tensões e trazer estabilidade institucional, dada a experiência do ex-governador de São Paulo.
O artigo questiona, porém, se Lula estaria disposto a abrir mão do poder em nome da pacificação nacional ou se manteria uma postura de enfrentamento político.
Análise crítica
Crescente polarização política no Brasil e a deterioração da confiança em instituições fundamentais como o STF. A crítica à condução do julgamento de Bolsonaro ilustra o ambiente de desconfiança, enquanto a associação entre crise interna e desgaste diplomático amplia a percepção de vulnerabilidade do País. O texto, ainda que opinativo, traduz a disputa narrativa sobre legitimidade institucional, governabilidade e rumos da democracia brasileira.
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