Ex-ministra do STJ Eliana Calmon lança livro sobre bastidores do CNJ e desafios da magistratura brasileira

O lançamento do livro “Eliana Calmon no CNJ”, em 19 de novembro de 2025, na Associação Comercial da Bahia, marca o retorno da ex-ministra ao debate público sobre os rumos do Judiciário. A obra, publicada pela Amanuense, revisita os bastidores de sua atuação na Corregedoria Nacional e reafirma a defesa da transparência como princípio estruturante da Justiça brasileira.
A ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon lança o livro “Eliana Calmon no CNJ – Um depoimento em primeira pessoa sobre os desafios de fiscalizar a Justiça”, na Associação Comercial da Bahia, em Salvador, na quarta-feira, 19 de novembro de 2025, às 17h. A obra é publicada pela editora Amanuense e traz prefácio de Antônio de Pádua Ribeiro.

Na quarta-feira, 19 de novembro de 2025, às 17h, a Associação Comercial da Bahia (ACB) sediará o lançamento do livro “Eliana Calmon no CNJ – Um depoimento em primeira pessoa sobre os desafios de fiscalizar a Justiça”. A obra, publicada pela Editora Amanuense, reúne memórias e reflexões da ministra Eliana Calmon sobre sua passagem pela Corregedoria Nacional de Justiça, marcada por um período de forte tensão institucional e embates em torno da transparência no Judiciário.

 O livro e o contexto histórico

O livro retrata, com riqueza de detalhes, os bastidores da atuação de Eliana Calmon à frente da Corregedoria Nacional de Justiça entre 2010 e 2012, período em que a magistrada, ao ocupar a função de Corregedora Nacional de Justiça, ganhou destaque nacional por suas críticas ao corporativismo judicial e à resistência a mecanismos de controle interno.

A narrativa é conduzida em primeira pessoa, apresentando um relato franco sobre o funcionamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), criado em 2004 como órgão de supervisão administrativa e disciplinar do Poder Judiciário. A autora revisita episódios emblemáticos de sua gestão, as dificuldades enfrentadas na fiscalização de tribunais e a importância de fortalecer o controle externo como instrumento de moralização institucional.

Eliana Calmon e a luta por transparência

Reconhecida por seu posicionamento firme, Eliana Calmon foi a primeira mulher a integrar o Superior Tribunal de Justiça (STJ), e sua atuação no CNJ consolidou sua imagem como uma das vozes mais independentes da magistratura.

Durante o período em que esteve na Corregedoria, enfrentou forte resistência de setores do Judiciário e de associações de magistrados, especialmente após declarações em que denunciou a existência de “bandidos de toga”, expressão que marcou a história recente da Justiça brasileira.

A obra resgata os bastidores desses embates e reflete sobre os limites e possibilidades da atuação do CNJ como instrumento de accountability judicial.

A importância institucional e o lançamento em Salvador

O lançamento em Salvador, na sede da Associação Comercial da Bahia, carrega um simbolismo especial. Trata-se da cidade natal de Eliana Calmon, que mantém laços históricos com a entidade fundada em 1811, marco da economia e da vida pública baiana.

O evento integra o calendário de lançamentos da Editora Amanuense, que tem se dedicado a publicar obras de relevância institucional e memorialística. A cerimônia reunirá juristas, acadêmicos, jornalistas e representantes do sistema de Justiça, reforçando o debate sobre o papel do CNJ e a necessidade de transparência como pilar da democracia.

Relevância singular

A publicação de “Eliana Calmon no CNJ” assume relevância singular no cenário jurídico contemporâneo. Ao revisitar a atuação de uma corregedora que desafiou práticas arraigadas e defendeu a moralidade administrativa, o livro resgata um momento em que o Judiciário passou a ser cobrado por prestação de contas e transparência pública.

A narrativa de Calmon, embora pessoal, contribui para uma reflexão mais ampla sobre o equilíbrio entre autonomia judicial e controle social, temas que permanecem centrais na democracia brasileira. Em tempos de desconfiança nas instituições, o depoimento oferece um testemunho histórico e uma advertência ética sobre o poder e seus limites.


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