O governador Jerônimo Rodrigues afirmou nesta segunda-feira (27/10/2025), em Feira de Santana, que viajará a Brasília e São Paulo para tratar com o governo federal sobre o estado crítico das rodovias federais na Bahia, como a BR-324, BR-101 e BR-116, além de discutir obras de infraestrutura e parcerias para construção de um hospital municipal no município. O chefe do Executivo baiano criticou a lentidão das intervenções federais e cobrou soluções urgentes ao Ministério dos Transportes.
Infraestrutura e rodovias em colapso
Durante sua participação em evento da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado da Bahia (FETAG-BA), Jerônimo reconheceu que o sistema rodoviário federal na Bahia sofre com buracos, trechos inacabados e obras paralisadas, o que tem comprometido a segurança e o escoamento da produção.
Segundo ele, os acidentes na BR-324, principal ligação entre Salvador e Feira de Santana, voltaram a crescer após o aumento das chuvas. “Os buracos se multiplicaram, e o serviço precisa ser feito com urgência”, disse o governador, informando que levará três reivindicações prioritárias ao ministro Renan Filho: a recuperação da BR-324, a ponte sobre o Rio Jequitinhonha e a aceleração das obras do Anel de Contorno de Feira de Santana.
Reivindicações à União e obras estratégicas
Jerônimo afirmou que pretende dialogar com o ministro em agenda conjunta em São Paulo, onde também participará de reunião sobre energia eólica. Além das rodovias, o governador mencionou o leilão da BR-116 e a necessidade de duplicação de trechos críticos, que há anos aguardam execução.
Ele destacou que as reivindicações têm sido levadas de forma constante ao governo federal, desde o período em que Rui Costa assumiu o Ministério da Casa Civil, mas que “o ritmo das obras ainda não acompanha a urgência da população”. A demora, segundo Jerônimo, afeta não apenas o trânsito e a logística, mas também o desenvolvimento econômico regional.
Parceria com o Governo Lula e saúde pública em Feira
Em outra frente, Jerônimo tratou da possibilidade de construção de um hospital municipal em Feira de Santana, proposta que vem sendo discutida com o ex-prefeito José Ronaldo de Carvalho. O governador negou que tenha oferecido o terreno do Derba para a obra, mas confirmou ter colocado o Estado à disposição para viabilizar o projeto.
“Quero ajudar na matemática financeira, junto com o presidente Lula, para ver quanto cada ente pode investir. Feira precisa de um hospital municipal, não pode depender apenas da alta complexidade”, declarou.
Segundo ele, o terreno mais viável está localizado na entrada da cidade, nas proximidades do Ministério Público, área de fácil acesso e boa infraestrutura.
FETAG-BA e fortalecimento das políticas rurais
Durante o encontro com a FETAG-BA, que reúne representação sindical em mais de 400 municípios, Jerônimo reafirmou o compromisso com o fortalecimento da agricultura familiar e das instituições rurais. Ele destacou a importância das políticas de água, saúde, educação e conectividade no campo, e defendeu maior integração entre governo estadual e federal.
“A Bahia tem uma base rural forte. Precisamos de políticas públicas que garantam dignidade ao homem e à mulher do campo, com crédito, assistência técnica e previdência rural”, afirmou o governador, acompanhado de secretários e prefeitos.
Cenário político e apoio à reeleição de Lula
Ao comentar o cenário político de 2026, Jerônimo Rodrigues defendeu a construção de uma chapa unificada do grupo governista e afirmou que a prioridade é reeleger o presidente Lula. Ele elogiou o posicionamento do presidente em relação ao tarifaço imposto por Donald Trump ao Brasil, afirmando que a disposição de diálogo de Lula com os Estados Unidos “mostra maturidade e defesa da soberania nacional”.
Jerônimo afirmou que o pedido de suspensão temporária das tarifas foi uma demonstração de responsabilidade diplomática, e que espera que os EUA reconsiderem as medidas enquanto as negociações comerciais avançam.
Rodovias baianas continuam degradadas
A declaração de Jerônimo Rodrigues reforça um ponto sensível do pacto federativo brasileiro: a dependência dos estados do Nordeste das obras de infraestrutura sob jurisdição federal. Apesar da proximidade política entre Salvador e Brasília, as rodovias baianas continuam degradadas, comprometendo setores produtivos e a segurança da população. O caso expõe a lentidão estrutural do Ministério dos Transportes e a ineficiência dos contratos de concessão e manutenção.
Politicamente, a fala de Jerônimo também revela o esforço de blindar o governo Lula das críticas regionais, ao mesmo tempo em que cobra soluções concretas. Sua postura pragmática busca equilibrar lealdade política e cobrança administrativa, num contexto em que a Bahia se tornou vitrine tanto das promessas quanto das falhas do pacto federativo.
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