O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre nesta quinta-feira (09/10/2025) uma super agenda na Bahia, com foco na retomada industrial e no fortalecimento do setor produtivo. Pela manhã, às 11h30, Lula participa da inauguração da fábrica da montadora chinesa BYD no Polo Industrial de Camaçari, ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin, do ministro da Casa Civil Rui Costa, do governador Jerônimo Rodrigues e do presidente global da companhia, Wang Chuanfu. À tarde, às 15h, o presidente segue para Maragogipe, no Recôncavo Baiano, onde anuncia novos investimentos da Petrobras e do Ministério de Portos e Aeroportos, no valor de R$ 3,2 bilhões, no Estaleiro Enseada.
Inauguração da fábrica da BYD em Camaçari marca novo ciclo automotivo
A BYD Brasil inaugura oficialmente sua planta industrial no antigo complexo da Ford, em Camaçari, com investimento total de R$ 5,5 bilhões. A cerimônia, marcada para 11h30, simboliza o retorno da indústria automobilística ao estado e a reindustrialização nacional, bandeira prioritária do governo federal.
O evento contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, do ministro Rui Costa, do governador Jerônimo Rodrigues e de executivos chineses da montadora. A fábrica será responsável pela produção de veículos elétricos e híbridos, posicionando o Brasil como polo estratégico da BYD na América Latina.
Com previsão inicial de dez mil empregos diretos e indiretos, a unidade integra três fábricas: uma de automóveis elétricos, outra de chassis de ônibus e uma de baterias de lítio ferro-fosfato, essencial para a cadeia de energia limpa. O projeto também representa a reutilização de infraestrutura industrial ociosa, gerando impacto positivo na economia da Região Metropolitana de Salvador.
Lula anuncia R$ 3,2 bilhões em investimentos em Maragogipe
No período da tarde, às 15h, o presidente Lula participa de cerimônia no Estaleiro Enseada, em Maragogipe, ao lado do ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, do governador Jerônimo Rodrigues e do ministro Rui Costa.
Durante o evento, será oficializada a retomada das atividades da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-BA), localizada em Camaçari, com investimento superior a R$ 2,6 bilhões. A reativação da Fafen reforça a estratégia de autossuficiência nacional em insumos agrícolas, reduzindo dependência de importações e fortalecendo o agronegócio.
Além disso, o Ministério de Portos e Aeroportos anunciará R$ 611,7 milhões em novos contratos para a construção de 80 embarcações voltadas à expansão do setor naval e aquaviário. O financiamento, com R$ 550,5 milhões do Fundo da Marinha Mercante (FMM), tem potencial de gerar mais de 2 mil empregos diretos, impulsionando a economia do Recôncavo e revitalizando o estaleiro.
Petrobras detalha retomada de investimentos na Bahia
Na véspera da visita presidencial, a Petrobras realizou, na quarta-feira (08/10), uma coletiva de imprensa em sua sede, no Edifício Torre Pituba, em Salvador. A presidente da estatal, Magda Chambriard, e o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, apresentaram o plano de investimentos da companhia no estado, que inclui contratos com o Estaleiro Enseada e a reabertura da Fafen.
A iniciativa, segundo Chambriard, simboliza o retorno da Petrobras à Bahia após anos de desmobilização industrial. O projeto deve gerar cadeias de fornecedores locais, fortalecer a indústria naval nacional e recolocar a Bahia no mapa da engenharia pesada brasileira.
Duas frentes de política industrial
A agenda do presidente Lula na Bahia traduz duas frentes de política industrial convergentes: a atração de capital estrangeiro produtivo, exemplificada pela BYD, e a reconstrução da capacidade estatal de investimento, simbolizada pela Petrobras. Ambas se inserem na estratégia do governo de reindustrialização verde, com foco em energia limpa, fertilizantes e transporte sustentável.
Politicamente, a presença conjunta de Jerônimo Rodrigues e Rui Costa reforça a centralidade da Bahia no projeto nacional petista e consolida a imagem do estado como laboratório da retomada desenvolvimentista. No entanto, desafios persistem, sobretudo quanto à execução dos cronogramas industriais e à sustentabilidade fiscal dos investimentos públicos, temas que seguirão no centro do debate econômico e eleitoral.
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