Fundado em 1984, o Grupo Horita consolidou-se como um dos principais produtores agrícolas do Brasil, destacando-se nas culturas de algodão, soja e milho. Com raízes que remontam à imigração japonesa, a trajetória da família Horita reflete dedicação e inovação no setor agropecuário.
Histórico e Expansão
A história do Grupo Horita teve início em 1938, quando a família imigrou do Japão para o estado de São Paulo, dedicando-se inicialmente ao cultivo de algodão e café. Em 1953, estabeleceram-se no norte do Paraná, diversificando a produção com soja, milho e trigo. A partir de 1984, os irmãos Walter, Wilson e Ricardo Horita, com o apoio do pai Satoshi Horita, expandiram as operações para o oeste da Bahia, região promissora para o agronegócio. Os 1.200 hectares iniciais evoluíram para um conglomerado agrícola de destaque nacional.
Matriz Produtiva e Infraestrutura
Atualmente, o Grupo Horita cultiva algodão, soja e milho em regime de rotação de culturas, ajustando a proporção de cada lavoura conforme critérios técnicos e de mercado. A empresa possui uma frota de aproximadamente 600 equipamentos, incluindo tratores, plantadeiras, pulverizadores e colheitadeiras, garantindo eficiência nas operações agrícolas.
Além disso, conta com três unidades de beneficiamento de algodão, com capacidade para processar até 90 mil toneladas por safra, e uma capacidade de armazenagem superior a 4 milhões de sacas de grãos.
Sustentabilidade e Responsabilidade Social
O Grupo Horita adota práticas sustentáveis, como o uso racional de recursos naturais, preservação de áreas de reserva e destinação adequada de resíduos. A empresa investe no desenvolvimento social, oferecendo políticas de remuneração e programas de capacitação profissional para seus mais de 900 colaboradores.
Desafios e Controvérsias
Em abril de 2024, a ONG britânica Earthsight acusou o Grupo Horita de envolvimento em desmatamento e grilagem de terras na Bahia, alegando que o algodão produzido estaria associado a práticas irregulares. O grupo negou as acusações, afirmando que suas operações seguem rigorosamente a legislação vigente.
Além disso, o Grupo Horita foi mencionado no Caso Faroeste, investigação conduzida pelo Ministério Público Federal (MPF) sobre um suposto esquema de venda de sentenças judiciais para legalização de terras no oeste da Bahia. Segundo as apurações, o grupo teria se beneficiado de decisões que favoreciam a posse de terras em disputa. A empresa firmou Acordo de Leniência e empresários representantes da companhia fizeram Acordo de Não Persecução Penal (ANPP).
Perspectivas e Mercado
Walter Horita, um dos fundadores, prevê uma possível queda nos preços do algodão, estimando uma estabilização entre 75 e 80 centavos de dólar por libra. Ele acredita que o Brasil tem potencial para superar os Estados Unidos e se tornar o maior exportador mundial da pluma, devido à disponibilidade de áreas cultiváveis, tecnologia avançada e alta produtividade.