Na noite desta terça-feira (22/08/2023), a Câmara Municipal de Feira de Santana (CMFS) realizou sessão solene em comemoração ao Dia do Maçom, data instituída pela Lei Municipal nº 3.920/2017, de autoria do vereador José Carneiro Rocha (MDB).
Os vereadores José Marques de Messias (Zé Curuca), Ivamberg dos Santos Lima, Silvio Dias e José Carneiro participaram da solenidade, sob a presidência da vereadora Eremita Mota de Araújo, chefe do Legislativo Municipal.
Dentre as autoridades maçônicas presentes estavam os homenageados pelo Legislativo, empresário Reginaldo Bernardo de Souza, Past Master Imediato da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Maçônica ∴ Luz do Serão, 1º Vigilante da A∴R∴L∴S∴ Cavaleiros de York, membro da A∴R∴L∴S∴ Sabedoria, Luz e União e secretário de Orientação Ritualística da CMB. Outro membro da fraternidade que recebeu homenagem foi o tenente-coronel da Polícia Militar da Bahia Jáder Martins Marques da Silva, membro da A∴R∴L∴S∴ Luz do Sertão e presidente do Tribunal de Justiça da CMB. Ao discursarem, eles agradeceram a honraria e reafirmaram compromisso com os ideais maçônicos.
Palestra do Grão-Mestre
O orador oficial foi o grão-mestre do Grande Oriente da Corporação Maçônica da Bahia (CMB), Alexandre Monteiro. Ele proferiu um discurso sobre a história, os valores e os desafios da Maçonaria no Brasil e no mundo. Ele destacou o papel da maçonaria na luta pela Abolição da Escravatura, Independência do Brasil, Proclamação da República e Justiça Social. Ele também ressaltou a importância da fraternidade, do amor e da união entre os maçons, independentemente de suas obediências ou ritos, ao afirmar que:
— Estamos aqui nesta noite para comemorar o Dia do Maçom, homenageando aqueles que têm prestado muitos serviços à sociedade Feirense, Baiana, Brasileira e Universal. A Maçonaria, ao longo de toda a sua existência, buscou e exigiu de seus membros o cumprimento inflexível das leis e não de decretos criados por homens que buscam a separação, a segregação ou a divisão desta entidade milenar. A Maçonaria nunca se curvou aos tiranos; cumprimos as leis impostas por nossos landmarks, que são imutáveis e mantêm a maçonaria em sua mais pura essência.
— Atualmente, estamos construindo a Maçonaria do Amor, a Maçonaria da fraternidade, onde todos possam se abraçar de forma igual. A Maçonaria é União, a Maçonaria é amor, a Maçonaria é fraternidade. Esqueçamos a política criada pelos profanos de avental e busquemos a construção de uma maçonaria universal, unida, forte, pujante, livre e igualitária para todos os seus membros.
— Somos todos irmãos? O amor só existe na teoria? Não pode existir amor em templos que são usados para propagar o preconceito e a intolerância contra outros irmãos. Quando isso acontece, reina a desigualdade. Sempre que se funda uma nova loja, a primeira orientação aos seus membros é combater a prática do preconceito com outros irmãos e instituições. Devemos pregar o amor ao invés do ódio. Precisamos de mais Pontífices na Maçonaria (do Latim “pontifex”, construtor de pontes), para que possam ser a ponte a unir instituições. Com a falta de amor, só serve para aqueles que pregam a desunião e criam um abismo que distanciam os verdadeiros irmãos ficando difícil de transpor. As divisões continuarão a existir porque existem alguns administradores que não possuem a vontade de acabar com a práticas de atos separatistas, alimentando assim uma hipocrisia existente. Não querem a união e se esquecem que todas as potências brasileiras, sem exceção, em algum momento da história já foram dissidentes.
Alexandre Monteiro lembrou, também, que a maçonaria é uma entidade progressista e evolucionista, que busca a verdade e o conhecimento por meio da ciência, da moralidade e do trabalho.
Ele afirmou que a maçonaria não é uma religião, mas é religiosa, pois exige de seus iniciados a crença em um Deus criador, chamado de Grande Arquiteto do Universo. Ele disse que a maçonaria não é um grupo secreto com agendas ocultas, mas uma sociedade discreta que promove obras de caridade e projetos comunitários.
O grão-mestre do CMB também fez uma homenagem ao ex-vereador Antônio Francisco Neto Ribeiro, falecido em junho de 2023. Ele disse que Ribeiro foi um maçom exemplar, que contribuiu para a fundação e o crescimento da Irmandade na Bahia. Ele também foi o vereador que propôs a criação do Dia do Maçom em Feira de Santana, em 2017.
Presenças
Estiveram presentes os veneráveis mestres da Lojas Maçônicas filiadas à CMB em Feira de Santana, Carlos Augusto Oliveira da Silva, da Cavaleiros de York; Basilio Acelino de Carvalho Neto, da Sabedoria, Luz e União; Giovani Brandão Mafra de Carvalho, da ARLS Acadêmica Voltaire e o mestre instalado Adilson Alves de Oliveira, representando no ato Murillo Oliveira de Santana, da Luz do Sertão, os representantes da diretoria CMB também compareceram na pessoa de Alfredo Marcus Moreira de Oliveira, secretário de comunicação; Luiz Carlos Tosta de Santana, secretário de Assuntos Interinstitucionais e Roberto Azevedo Aquino, chefe de Gabinete, além de Fanael Ribeiro, ex-venerável mestre e secretário municipal, representando o prefeito Colbert Martins.
Os irmãos da diretoria da A∴R∴L∴S∴ Cavaleiros de York marcaram presença nas pessoas de Jurandir de Araújo Mato Grosso, Paulo de Tarso Nunes e Castro, Josivaldo Jildeon Santana Silva e Marcelo Queiroz.
O procurador do município Guga Leal esteve presente, bem como Humberto Cedraz, que é ex-deputado, ex-vereador e ex-grão-mestre; membros da Fraternidade Femina da Maçonaria e de autoridades civis e maçônicas de outras Potências Estaduais, familiares e amigos convidados dos homenageados também comparecerem.
Presidente parabeniza
A presidente da CMFS, Eremita Mota (PSDB), encerrou a solenidade parabenizando os maçons pelo seu dia e elogiando sua atuação em prol do bem comum. Ela disse que a Câmara é parceira da maçonaria e que reconhece sua importância para o desenvolvimento da cidade. Ela também agradeceu ao vereador José Carneiro pela iniciativa de realizar a sessão solene.
Data nacional do Maçom
O Dia do Maçom é celebrado em 20 de agosto em todo o país. A data foi escolhida em referência à uma reunião histórica entre as lojas maçônicas do Rio de Janeiro, em 1822, na qual foi defendida a independência do Brasil.
A maçonaria tem uma longa tradição na Bahia, sendo considerada o berço da maçonaria brasileira. Segundo dados do CMB, existem atualmente cerca de 300 lojas e 10 mil maçons no estado.
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