ALBA debate Política Estadual de Cultura Viva com foco em fortalecimento cultural e financiamento inclusivo

Deputado Robinson Almeida e secretário Bruno Monteiro apresentam diretrizes da nova política cultural durante audiência pública na ALBA.
Deputado Robinson Almeida e secretário Bruno Monteiro apresentam diretrizes da nova política cultural durante audiência pública na ALBA.

Nesta quinta-feira (31/10/2024), a Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) realizou uma audiência pública com o objetivo de discutir e aprimorar o Projeto de Lei 25.545/2024, que institui a Política Estadual de Cultura Viva. Promovido pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e idealizado pelo deputado Robinson Almeida (PT), o debate contou com a participação de artistas, representantes de movimentos culturais e gestores públicos. O PL visa fortalecer os “pontos de cultura” em todo o estado e criar uma estrutura de financiamento que democratize o acesso aos recursos públicos no setor cultural.

Segundo Robinson Almeida, a proposta representa uma oportunidade de restabelecer e ampliar o apoio institucional à cultura baiana, retomando o desenvolvimento do setor após um período de redução de investimentos no governo anterior. Almeida destacou que o projeto busca fomentar a participação popular e envolver diversos segmentos da sociedade para fortalecer uma política cultural que valorize a diversidade e a inclusão.

O Papel da Cultura nas Políticas Públicas: Contexto e Importância

Durante o encontro, o deputado Robinson Almeida comentou o cenário cultural enfrentado no Brasil durante o governo Bolsonaro, quando o Ministério da Cultura foi extinto, e os incentivos culturais foram reduzidos. Ele enfatizou que, sob a gestão atual, o setor cultural vem recuperando investimentos significativos, como os garantidos pelas Leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc, que destinaram recursos substanciais para a economia criativa. “Com o retorno da cultura ao cenário nacional, o programa Cultura Viva, junto a essas leis, busca fortalecer a cultura brasileira como um setor econômico estratégico, permitindo que iniciativas comunitárias e locais tenham acesso aos financiamentos necessários para se desenvolver”, declarou o parlamentar.

Além disso, o deputado destacou a intenção de sugerir ao Governo do Estado a realização de um concurso público voltado à área cultural, medida que visaria estruturar o setor com profissionais capacitados e assegurar a continuidade de políticas de apoio à cultura.

Escolas e Pontos de Cultura: Integração e Formação Cultural

O secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, reforçou a importância do ambiente escolar para a política de incentivo à cultura, especialmente nas áreas interioranas. Monteiro explicou que, em muitos municípios do interior, as escolas representam o único espaço estruturado para a realização de atividades culturais e artísticas, servindo como centros culturais locais. Ele citou o programa Educa Mais Bahia, que visa integrar as escolas à rede de pontos de cultura, promovendo formação tanto para estudantes quanto para professores e monitores.

Monteiro destacou que os editais lançados pelo governo estadual, em parceria com o Programa Nacional de Apoio à Cultura (PNAB), são um estímulo importante para a formação de agentes culturais, permitindo que o ambiente escolar funcione como uma extensão da política de cultura viva, alcançando populações em diferentes territórios da Bahia.

Territorialização e Cultura Popular: Expansão da Política Cultural

Amanda Cunha, superintendente de Desenvolvimento Territorial da Cultura, detalhou os princípios do Projeto de Lei 25.545/2024, destacando a centralidade da cultura popular e comunitária como base para a nova política. Cunha afirmou que o projeto tem como uma de suas metas a territorialização da cultura, ou seja, a adaptação das ações culturais de acordo com as características e necessidades específicas de cada região.

A superintendente pontuou que os pontos de cultura foram fundamentais durante a pandemia, funcionando como espaços de acolhimento e apoio às comunidades, além de promoverem a proteção de crianças e adolescentes em situações de vulnerabilidade. “A territorialização coloca o pertencimento cultural e a diversidade no centro das discussões, promovendo uma gestão da cultura que seja inclusiva e respeitosa com as diferentes identidades e tradições culturais da Bahia”, disse Cunha.

Participação Social e Fortalecimento da Cultura Local

O evento atraiu representantes de associações culturais, movimentos sociais e dirigentes de diversos municípios baianos, que trouxeram propostas e experiências regionais para o debate. Além do deputado Robinson Almeida e do secretário Bruno Monteiro, participaram do evento o presidente do Conselho Estadual de Cultura, Gilmar Faro, Luana Vilutis do Consórcio Universitário Cultura Viva, e Cleide Vilela, representante do Ministério da Cultura na Bahia. A deputada Olívia Santana (PCdoB) também esteve presente, reforçando a importância de manter a cultura popular como foco central das políticas culturais estaduais e federais.

Os representantes enfatizaram que o projeto não apenas regulamenta o financiamento da cultura, mas também promove um diálogo contínuo entre o Estado e os fazedores de cultura. A presença do sambista Edil Pacheco foi lembrada pela superintendente Amanda Cunha, que enalteceu o valor da cultura como fator de resistência e promoção social, salientando a necessidade de um apoio contínuo ao setor.

Objetivos do Projeto de Lei 25.545/2024:

  • Instituir a Política Estadual de Cultura Viva na Bahia.
  • Fortalecer e democratizar o acesso aos pontos de cultura e ao financiamento público para iniciativas culturais.
  • Valorizar e incentivar a cultura popular e comunitária, respeitando as diversidades regionais.

Investimentos Previstos:

  • Assegurar mais de R$ 1 bilhão em investimentos na cultura baiana para os próximos anos, distribuídos nos 27 territórios de identidade do estado.

Estratégias de Implementação:

  1. Integração das Escolas e Pontos de Cultura: Utilizar as escolas, especialmente no interior do estado, como espaços culturais e de formação para estudantes e agentes culturais.
  2. Territorialização da Cultura: Promover uma política que respeite as peculiaridades de cada região, valorizando a cultura local e as necessidades específicas dos territórios.

Principais Participantes do Debate:

  • Robinson Almeida, deputado e autor da proposta.
  • Bruno Monteiro, secretário de Cultura da Bahia.
  • Amanda Cunha, superintendente de Desenvolvimento Territorial da Cultura.
  • Gilmar Faro, presidente do Conselho Estadual de Cultura.
  • Luana Vilutis, Consórcio Universitário Cultura Viva.
  • Cleide Vilela, representante do Ministério da Cultura na Bahia.

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.