Caso Faroeste e as terras da antiga Fazenda São José

A disputa pelas terras da antiga Fazenda São José, em Formosa do Rio Preto, no oeste da Bahia, desencadeou a Operação Faroeste e deu surgimento ao Caso Faroeste, um dos maiores escândalos de corrupção no Sistema de Justiça do país. O núcleo da disputa gira em torno de uma área de 366 mil hectares — equivalente a cinco vezes o território da cidade de Salvador. As Investigações federais apontaram para situações de violência com morte, fraudes cartoriais, grilagem de terras e venda de sentenças envolvendo magistrados, empresários, advogados e assassinos revelando a existência de um sistema paralelo de poder no Judiciário Estadual da Bahia, em fatos que ensejaram as teses: Sistema Faroeste de Corrupção no Judiciário (SFCJ) e Cleptocracia Autocrática Judicial no Brasil (CAJB) e que abrangem evidencias de corrupção no Ministério Público da Bahia (MPBA), Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP Bahia) e Tribunal de Justiça Estadual da Bahia (TJBA).

O Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) publicou, na sexta-feira (17/10/2025), o Ato Normativo Conjunto nº 33/2025, que cria o Grupo de Saneamento da Corregedoria das Comarcas do Interior para atuar emergencialmente na Vara de Jurisdição Plena de Formosa do Rio Preto, com vigência até 20 de janeiro de 2026. A medida, assinada pelas desembargadoras Cynthia Maria Pina Resende e Pilar Célia Tobio de Claro, cumpre recomendações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para reduzir o acúmulo de processos, revisar ações criminais e reforçar a produtividade judicial. Entretanto, a criação da força-tarefa coincide com o desaparecimento do relatório LIODS 16/2020, documento do CNJ sobre irregularidades fundiárias na região, acendendo alertas sobre transparência, governança e possível captura institucional no Caso Faroeste.
Manchete

TJBA cria Grupo de Saneamento em Formosa do Rio Preto para cumprir metas do CNJ, mas desaparecimento do relatório LIODS 16/2020 expõe falhas de governança e reacende suspeitas no Caso Faroeste

A criação do Grupo de Saneamento do TJBA em Formosa do Rio Preto, voltada a acelerar decisões judiciais e cumprir metas do CNJ, ocorre paralelamente ao desaparecimento do relatório LIODS 16/2020, que investigava fraudes registrárias

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