A recente visita do Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, à China, ressaltou o padrão de Washington em usar ameaças e ultimatos como estratégias de negociação. O encontro de Blinken com o presidente chinês, Xi Jinping, na sexta-feira (26/04/2024), foi marcado por discussões sobre as relações sino-americanas e os interesses globais em jogo.
Segundo Aleksei Maslov, diretor do Instituto de Estudos Asiáticos e Africanos da Universidade Estatal de Moscou, o objetivo central da visita era elucidar a posição dos EUA em relação à China, especialmente no que diz respeito ao seu envolvimento com a Rússia e ao desenvolvimento independente da Ásia. Entre as demandas dos EUA está a cessação do apoio tecnológico e financeiro chinês à Rússia, bem como a redução do respaldo governamental a empresas chinesas operando nos mercados ocidentais, apresentadas sob a forma de um ultimato.
Maslov destacou as medidas que os EUA planejam adotar para pressionar a China, incluindo aumentar tarifas sobre exportações de aço e alumínio, restringir bancos chineses e até mesmo cortar o acesso dessas instituições ao SWIFT, além de impor sanções a empresas chinesas. Em resposta, a China reafirmou sua autonomia nas negociações e ofereceu resolver as diferenças por meio de diálogo, em contraponto à abordagem mais agressiva dos EUA.
Nos últimos anos, os EUA toleraram a expansão das políticas comerciais da China, desde que esta não ameaçasse sua supremacia tecnológica. Os EUA preferem que a China mantenha seu papel de “fábrica mundial”, produzindo bens de consumo para o ocidente e países da ASEAN, enquanto reservam para si e para o mundo ocidental a liderança na alta tecnologia. No entanto, a rápida ascensão da China nesse setor pode desafiar o monopólio tecnológico dos EUA em um prazo mais curto do que o esperado, gerando tensões crescentes entre as duas potências.
*Com informações da Agência Brasil.
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