Crescimento do PIB no segundo trimestre indica expansão econômica nos próximos anos

Jornal Grande Bahia, compromisso em informar.
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A expansão de 2,9% da economia baiana no segundo trimestre de 2011, em relação ao mesmo período do ano passado, é indicador de sustentabilidade do crescimento econômico para os próximos anos. A explicação é do diretor geral da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI), Geraldo dos Reis, que concedeu entrevista coletiva, nesta quinta-feira (01/09/2011), no auditório da Superintendência de Construções Administrativas da Bahia (Sucab), onde os resultados do trimestre foram anunciados.

Segundo ele, eliminando-se as influências sazonais, ainda na comparação com o primeiro trimestre de 2011, a atividade econômica baiana alcançou expansão de 2,4%. Com o resultado, o estado acumula crescimento de 2,8% no semestre em comparação ao primeiro semestre de 2010. Para ele, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) é positivo porque “a qualidade do crescimento é positiva”.

De acordo com o diretor da SEI, de janeiro a junho, houve oferta de mais de 60 mil novos empregos, grande parte gerada pela micro e pequena empresa no interior do estado. Reis citou ainda o consumo de massa, com bons resultados, fato atribuído ao impacto das políticas de transferência de renda e das ações estaduais que estão fortalecendo, sobretudo, a economia interiorana.

Estratégias adotadas

“É uma estratégia de crescimento que preserva o mercado de trabalho e a capacidade de consumo. Temos também boa perspectiva na atração de investimentos, sejam relacionados à Copa, como a Arena Fonte Nova e o metrô, sejam industriais”, afirmou o diretor da SEI.

Segundo ele, o resultado está em sintonia com a expectativa de que 2011 seja um ano de arrefecimento da economia. “Tivemos forte crescimento no ano passado, de 7,5%, tanto em nível de Bahia como nacional. O governo federal imprimiu algumas medidas querendo equilibrar oferta e demanda, enxugando crédito, tirou algumas isenções fiscais implementadas na crise de 2008. O que está acontecendo com a nossa economia é uma resposta adequada às medidas adotadas”, analisou o diretor.

Quanto à estratégia do Estado, ele disse que foram implementadas medidas de contenção de gastos e isso está de acordo com a movimentação do governo federal. “Este quadro de arrefecimento da atividade econômica agora é o que vai garantir o crescimento sustentável nos próximos anos. A expansão de 3,8% a 4% em 2011, ou um crescimento de 4,5% a 5% em média nos próximos anos, poderá ser um resultado excelente para a economia baiana”.

Produção de grãos impulsionou resultado da agropecuária

Todos os setores contribuíram positivamente para o crescimento da atividade econômica no segundo trimestre, com destaque para a agropecuária, que apresentou expansão de 14,4%. A agropecuária acumulou expansão de 12,8% no primeiro semestre em relação ao igual período de 2010. No primeiro trimestre deste ano, a taxa de expansão do setor ficou em 7,2%.

De acordo com a análise do diretor de Indicadores e Estatística da SEI, Gustavo Pessoti, a produção de grãos alavancou o resultado do setor, com expansão significativa de 22,9%. “A previsão para este ano é de novo recorde da agricultura baiana, com oito milhões de toneladas previstas para a safra de grãos. O aumento da demanda internacional, com destaque para a China, atualmente um dos nossos grandes parceiros ao lado dos Estados Unidos, é um diferencial, estimulando o aumento da produção do setor”.

Dentre os principais grãos cultivados na Bahia se destacam a expansão de 53,5% na produção de algodão, 40,6% (feijão), 17,1% (milho) e soja (12,9%). O café é a única cultura que registrou queda no período (-18,7%). Outros importantes produtos da agricultura baiana apresentaram expansão, a exemplo da cana de açúcar (7,2%), mandioca (12,1%) e cacau (1,8%).

Segmento industrial retoma crescimento

O segmento da indústria, após cair 0,5% no primeiro trimestre de 2011, cresceu 1% no segundo trimestre do ano, acumulando no primeiro semestre expansão de 0,3% em relação ao igual período de 2010. Dentre os quatro setores compõem o segmento industrial, apenas os serviços industriais de utilidade pública (Siup) tiveram retração no trimestre (-5,2%). A indústria de transformação, principal segmento desse grupo, teve ligeira expansão de 0,1%. Já a construção civil cresceu 4,8%, e a indústria extrativa mineral, 1,7%.

A expansão da indústria extrativa mineral é reflexo do crescimento da extração de petróleo (6,4%) e gás natural (10,9%). A construção civil, mesmo não mantendo o nível de expansão observado em trimestres anteriores, apresentou taxa superior ao primeiro trimestre de 2011 (4,8% ante 4,2%).

Analisando-se os dados da produção física industrial relativos à indústria de transformação, observa-se que, no segundo trimestre, quatro segmentos registraram expansão – alimentos e bebidas (13,1%), veículos automotores (3,6%), minerais não-metálicos (11,2%) e refino de petróleo e álcool (0,3%). Já os segmentos de produtos químicos, metalurgia básica, celulose papel e produtos de papel e borracha e plástico tiveram quedas de 2,9%, 4,6%, 11,5% e 0,1%, respectivamente.

Setor de serviços

No segundo trimestre de 2011, o setor de serviços registrou expansão de 1,6%, acumulando no primeiro semestre crescimento de 2,6%. A contribuição positiva veio mais uma vez da expansão das vendas no segmento de comércio varejista, o qual registrou variação de 7,3%.

Dentre os segmentos do comércio varejista, apenas equipamentos e materiais para escritório e informática (-39,5%) e materiais de construção (-2,5%) tiveram retração no trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior. Também registraram expansão os setores de transporte (5,6%) e alojamento e alimentação (8,1%).

Já o setor da administração pública contribuiu negativamente para a determinação da expansão dos serviços ao registrar retração de 4,2%, o que é visto como reflexo das medidas no âmbito governamental para conter a expansão da inflação.

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