Investimentos na educação básica e esquecimento da qualificação superior | Por Janguiê Diniz

Janguiê Diniz é Mestre e Doutor em Direito; e Fundador e Acionista Majoritário do Grupo Ser Educacional .
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Recentemente foi publicado que o Brasil é um dos países que mais investiu em educação no mundo durante aos anos de 2000 a 2009. O estudo, feito pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), analisou 39 países e evidenciou que, apesar do aumento de 149% dos investimentos por aluno nos ensinos fundamental e médio, a precariedade do ensino superior e a qualidade duvidosa ainda evidenciam o atraso do País.

Ainda segundo o estudo, o Brasil tem sido classificado como o País “mais dinâmico do mundo” e que tem melhorado, gradativamente, os ensinos fundamental e médio, mas não obtendo os mesmos resultados quando se trata do ensino superior. Aumentamos o investimento do orçamento público em educação que em 2000 representavam 10,5% dos recursos públicos para 16,8% em 2009.  Acima da média mundial que ficou em 13% e nos tornando o quarto país do ranking em investimentos na educação, atrás somente de Nova Zelândia, México e Chile.

De fato, grande parte dessa recuperação do déficit educacional se deve ao investimento de 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB), embora esse dado ainda seja inferior à média da OCDE, de 6,25%. Porém, as disparidades nos investimentos no ensino primário e secundário e no nível superior são evidentes. Os dois primeiros tem um porcentual de investimento que ultrapassa a média mundial – 4,23%, contra 4%. Já no último segmento, o Brasil é o quarto pior da lista, investindo insignificantes 0,8% do PIB.

Retomando os dados da pesquisa da OCDE, no ensino pré-primário, a média de gastos anual por estudante brasileiro foi a terceira pior dentre 34 países – de US$ 1.696, comparado a US$ 6.670 da média da OCDE. O mesmo déficit acontece no ensino primário e no secundário. No primeiro, o País investe US$ 2.405, contra US$ 7.719 da média, o quarto pior resultado entre os 35 países avaliados. Já no segundo, a relação é ainda pior, nos colocando na terceira pior posição: o investimento é de US$ 2.235 contra US$ 9.312 da média de 37 países avaliados.

O investimento no ensino superior nos coloca apenas na 23º posição no ranking relacionado ao setor, uma perda para um país em pleno desenvolvimento e que necessita de mão de obra qualificada para continuar crescendo. Entre 2000 e 2009, os investimentos em educação superior reduziram 2%. Não cabe, neste momento, falarmos em números de alunos, visto que entre 2005 e 2009 houve um aumento médio de 67% de alunos nas universidades.

Faz-se necessário entender que o investimento na educação deve ser contínuo e em todos os níveis. Investimentos na educação geram melhores oportunidades no mercado de trabalho. Em um momento de transição, como o enfrentado pelo Brasil, possuir mão de obra qualificada interna significa contribuir, também, para o desenvolvimento da economia interna.

É mister saber que 68,7% dos brasileiros sem o ensino secundário possuem emprego. Este número sobe para 77,4% quando falamos de quem possui formação completa no ensino secundário e salta para 85,6% quando falamos dos profissionais com ensino superior. Fica claro que os que possuem ensino superior têm mais oportunidades de trabalho e consequentemente melhores salários.

Precisamos investir cada vez mais em educação. E o investimento precisa ser em todas as áreas.

*Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito – Fundador e Acionista Majoritário do Grupo Ser Educacional  – janguie@sereducacional.com

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