A TV Globo, através do Jornal Hoje, veiculou neste sábado (10/12/2016) quatro reportagens que conformam síntese do acordo de delação do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho. As reportagens foram elaboradas a partir da narrativa do documento entregue pelo delator ao Ministério Público Federal (MPF). A colaboração de Cláudio Melo Filho faz parte do acordo celebrado entre executivos da Organização Odebrecht e o MPF, com a finalidade de redução de penas por ilícitos criminais, culminando com pagamento de multas.
No documento, composto por tem 82 páginas com narrativa na primeira pessoa, são listados 70 políticos com os quais Cláudio Melo Filho se relacionou em defesa dos interesses da Odebrecht. O documento apresenta nos anexos e-mails trocados entre o delator e políticos, além de fotos de presentes que a empresa deu a alguns deles.
O esquema do PMDB
Nas reportagens, produzidas por Júlio Mosquera e apresentadas por Zileide Silva, o Jornal Hoje revela aspectos do documento denominado anexo pessoal do colaborador Cláudio Melo Filho, inclusive, a função dos políticos e os respectivos codinomes no esquema.
O veículo de comunicação cita que membros da executiva do PMDB — em especial Michel Temer (MT), presidente da República; Eliseu Lemos Padilha (Primo), ministro-chefe da Casa Civil; Wellington Moreira Franco (Angorá), secretário nacional do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI); Renan Calheiros (Justiça), presidente do Senado Federal; senador Romero Jucá (Cajú), líder do governo Temer no Senado Federal; senador Eunício Oliveira (índio); Geddel Vieira Lima (Babel); ex-ministro do governo Temer e presidente estadual do PMDB da Bahia; e o ex-deputado Eduardo Cunha (Caranguejo), preso no Caso Lava Jato — foram citados como políticos do partido que operaram esquema de intermediação de tráfico de influência em troca de benefício financeiro.
Além dos políticos do PMDB, outros políticos de distintas agremiações partidárias são apontados como patrocinadores das relações estabelecidas entre a Organização Odebrecht e o governo federal.
No documento, notadamente, é registrado que recursos financeiros eram repassados para políticos e partidos através de doações oficiais ou através do caixa 2, ou seja, através de repasses não contabilizados oficialmente pelos políticos e partidos. As operações realizadas eram resultado de espúrios acordos políticos/empresarial.
Criminosos
Uma vez homologada pela justiça a delação, o colaborador torna-se criminoso confesso.
Confira vídeos das reportagens