O diretor do Programa Mundial de Alimentos, PMA, no Haiti, está alertando para a insegurança alimentar no país, que já afeta 45% da população, ou 4,5 milhões de pessoas. Segundo Pierre Honnorat, deste total, 1,3 milhão de haitianos estão numa situação ainda pior, precisando de apoio emergencial.
O representante do PMA explica ainda que a cesta básica, com arroz, feijão, farinha de trigo, milho, óleo e açúcar, já subiu de preço, passando de US$ 20 para US$ 30 e pelas projeções, os preços aumentarão ainda mais, especialmente com o conflito na Ucrânia.
Trigo importado da Rússia
Honnorat destaca ainda que a insegurança alimentar acaba fazendo aumentar a migração e até a violência sexual. O PMA trabalha em duas frentes no Haiti: fornecendo resposta de emergência e promovendo atividades para aumentar a resiliência da população.
Mas uma barreira é a falta de contribuição financeira de doadores, fazendo com que seja ainda mais preocupante o aumento nos custos operacionais. Segundo o diretor do PMA no país, o Haiti importa trigo da Rússia e do Canadá.
A distribuição de assistência ficou mais complicada devido à insegurança no sul do país e para manter as operações na ilha caribenha, o PMA precisa de US$ 51,3 milhões.
Terremoto
Por sua vez, o vice-representante no país da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, destaca que 200 mil crianças haitianas estão desnutridas.
Segundo Patrick David, situção alimentar no país é resultado de vários fatores: desastres naturais, falta de chuvas, deterioração da situação econômica e insegurança, principalmente em Porto Príncipe.
O terremoto ocorrido em agosto ainda causa impactos. Desde então, o PMA conseguiu fornecer 5,3 mil toneladas de alimentos e assistência em dinheiro no valor de US$ 8,2 milhões.
*Com informações da ONU News.