Escalada de violência desloca um quarto da população na Ucrânia

Prédio parcialmente destruído por bombardeios no distrito de Obolon, Kyiv, Ucrânia.
Prédio parcialmente destruído por bombardeios no distrito de Obolon, Kyiv, Ucrânia.

O coordenador de crise da ONU para a Ucrânia, Amin Awad, e a coordenadora humanitária no país, Osnat Lubrani, falaram a jornalistas nesta quinta-feira (21/04/2022) sobre o agravamento da situação causada pela guerra.

De Kyiv, os representantes das Nações Unidas destacaram que os ataques a infraestruturas civis, como hospitais, escolas e sistemas de abastecimento de água, aprofundam a situação já preocupante.

Assistência humanitária urgente

Eles informaram que as cidades ao leste e sul são as mais afetadas e que, em todo o país, pelo menos 15,7 milhões de pessoas precisam urgentemente de assistência humanitária e proteção.

O número de deslocados internos também segue aumentando. De acordo com os dados da ONU, além das 5 milhões de pessoas que fugiram do país, outros 7,1 milhões precisaram abandonar suas casas.

O coordenador de crise, Amin Awad, ressalta que esse número já representa um quarto da população da Ucrânia.

Com os ataques aéreos atingindo importantes estruturas civis, o país contabiliza pelo menos 6 milhões de habitantes sem acesso regular à água potável.

Awad afirma que testemunhou pessoas carregando corpos de familiares e vizinhos em Bucha e Irpin para serem enterrados em jardins ou valas comuns.

Ele destacou que atacar pessoas ou infraestruturas civis é uma violação do Direito Internacional Humanitário. Ele voltou a pedir o fim da violência, a proteção de vices e passagens sejam seguras para que populações deixem as cidades.

Acesso à ajuda humanitária

Entre os enormes desafios humanitários contam-se repetidos impedimentos à passagem da assistência a áreas críticas. Awad fez um novo apelo pelo acesso seguro e sem entraves à assistência.

A coordenadora humanitária na Ucrânia, Osnat Lubrani, afirmou que nove caminhões com alimentos essenciais, cobertores e outros utensílios domésticos conseguiram chegar a Chernihiv.

A cidade ao norte do país estava sitiada até recentemente e foi fortemente afetada pela guerra.

Até agora, a ajuda chegou a cerca de 3,3 milhões de pessoas em território ucraniano.

Fundos humanitários

Além dos esforços feitos por ONGs e outras associações desde o início do conflito, a coordenadora humanitária anunciou a liberação de mais US$ 50 milhões de um fundo para apoiar a expansão do trabalho após a recente escalada.

Ao todo, o desembolso já soma mais de US$ 158 milhões para operações no país, incluindo quase US$ 98 milhões do Fundo Humanitário da Ucrânia e US$ 60 milhões da Fundo Central de Resposta a Emergências, Cerf.

Esses valores devem levar ajuda a mais 2 milhões de pessoas, sendo cerca de 60% dedicado para alcançar mulheres e meninas. O grupo também representa 60% dos deslocados internos, segundo a Organização Internacional para Migrações, OIM.

Osnat Lubrani explicou que uma parte dos fundos será destinada à prevenção de qualquer forma de violência de gênero e apoio aos sobreviventes, o que ela acredita ser “vital”.

Os representantes das Nações Unidas destacam que o apoio da comunidade internacional é crítico para a continuação das operações. Até o momento, 68% do pedido humanitário, de US$ 1,1 bilhão, foi custeado.

Fim do conflito

Para o coordenador de crise da ONU, Amin Awad, com mais de 12 milhões de pessoas deslocadas, soluções duráveis são urgentes.

Ele lembrou que muitas pessoas estão tentando voltar a suas casas, e por isso reforçou o apelo do secretário-geral da ONU, António Guterres, pela contenção da violência e pausa humanitária. A medida permitiria segurança na passagem de civis e entrega de ajuda urgente aos necessitados.

Segundo dados mais recentes da OIM, mais de 2 milhões de pessoas retornaram ao país na última semana.

O levantamento aponta que 15% dos deslocados planejam voltar para suas casas nas próximas duas semanas, indo principalmente para Kiev e norte do país. Cerca de 8% da população em geral relata ter suas casas danificadas por ataques.

A OIM também está lançando um amplo programa de reabilitação de abrigos para fornecer condições de vida seguras e dignas às pessoas acomodadas em centros coletivos.

*Com informações da ONU News.

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Sobre Carlos Augusto, diretor do Jornal Grande Bahia 11046 artigos
Carlos Augusto é Mestre em Ciências Sociais, na área de concentração da cultura, desigualdades e desenvolvimento, através do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pela Faculdade de Ensino Superior da Cidade de Feira de Santana (FAESF/UNEF) e Ex-aluno Especial do Programa de Doutorado em Sociologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atua como jornalista e cientista social, é filiado à Federação Internacional de Jornalistas (FIJ, Reg. Nº 14.405), Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ, Reg. Nº 4.518) e a Associação Bahiana de Imprensa (ABI Bahia), dirige e edita o Jornal Grande Bahia (JGB), além de atuar como venerável mestre da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Maçônica ∴ Cavaleiros de York.