Airbus fecha maior contrato da história da aviação na abertura do Paris Air Show

Emmanuel Macron, presidente da França em visita ao Paris Air Show.
Emmanuel Macron, presidente da França em visita ao Paris Air Show.

Após quatro anos de ausência devido à pandemia de Covid-19, a maior feira aeroespacial do mundo – o Paris Air Show ou Salão de Le Bourget – foi aberta nesta segunda-feira (19/06/2023) a profissionais do setor. Com a participação de 2.500 expositores, o evento pretende confirmar a recuperação econômica da aviação e servirá de vitrine às tecnologias em desenvolvimento para descarbonizar os aviões.

Já no primeiro dia do evento, o fabricante europeu Airbus fechou a maior encomenda de todos os tempos da aviação civil: o fornecimento de 500 aeronaves A320neo para a companhia aérea indiana de baixo custo IndiGo. O contrato “histórico”, de um montante estimado em US$ 55 bilhões, tem entregas previstas entre 2030 e 2035, em um momento em que a Índia está prevendo uma explosão nas viagens aéreas no país.

O presidente francês, Emmanuel Macron, inaugurou esta 54ª edição da feira, depois de ter anunciado na sexta-feira (16) um plano de € 2,2 bilhões para apoiar o desenvolvimento de tecnologias e reduzir a pegada de carbono das aeronaves. O pacote inclui o desenvolvimento de combustíveis de aviação sustentáveis (SAF), o principal meio de reduzir as emissões de CO2.

Durante a visita, ao ser questionado sobre os pedidos para reduzir o uso de aviões por motivos ecológicos, Macron defendeu um modelo econômico e social baseado na “inovação”, na “estratégia industrial” e também no “bom senso”, para alcançar uma “sobriedade” ecológica “razoável”, “transparente” e “não punitiva”, em oposição a um sistema em que, segundo ele, obrigaria a “desistir do crescimento”.

“Não acho que seja razoável dizer ‘temos que parar tudo e desistir do crescimento'”, acrescentou. O presidente francês defendeu a “criação de riqueza” para, em suas palavras, “financiar a inovação necessária para descarbonizar”.

O retorno do salão está nas manchetes da imprensa francesa desta segunda-feira. O jornal Les Echos nota um clima de empolgação em torno da feira, com a presença de 400 startups e a apresentação de “drones de todos os tamanhos, táxis voadores, microssatélites, dirigíveis e pequenos aviões elétricos”. O diário Le Figaro também chama a atenção para o aumento dos gastos dos governos com a segurança do espaço aéreo, devido às tensões geopolíticas.

Rússia ausente

Os expositores americanos vieram em peso, mas não a Rússia, considerada persona non grata devido às sanções impostas após a invasão da Ucrânia. A China, que se prepara para competir com os líderes Boeing e Airbus, também está representada, mas ainda não exibe em Paris seu modelo COMAC C919, de fuselagem estreita, que pretende competir com o A320neo e o Boeing 737 MAX, os aviões de média distância mais utilizados no planeta. A Embraer deve confirmar novos clientes para os jatos E2.

A aviação é responsável por 5% a 6% das emissões de gases implicados no aquecimento global. Diante das críticas, os representantes dos 193 estados-membros da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), uma agência da ONU, chegaram a um acordo histórico em outubro passado com o objetivo de alcançar a neutralidade de carbono até 2050.

Até domingo (25), espera-se que mais de 320.000 visitantes compareçam ao aeroporto de Le Bourget, ao norte de Paris. Os primeiros quatro dias da feira são reservados para profissionais; o público poderá visitá-la a partir de sexta-feira (23).

*Com informações da RFI.

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