No Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta quarta-feira (06/03/2024) o presidente da Espanha, Pedro Sánchez, em visita oficial ao Brasil. Durante o encontro, foram firmados acordos bilaterais em diversas áreas, e ambos os líderes manifestaram o desejo de fortalecer as relações políticas, comerciais e de investimento entre os países.
Uma das principais pautas da reunião foi o impulso às negociações do acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE). Segundo Sánchez, a Espanha não representa um entrave para a conclusão do acordo, demonstrando esperança em sua efetivação em breve. Após a crise na Ucrânia, que afetou o fornecimento de energia na Europa, países do continente buscaram diversificar suas parcerias comerciais, o que reforça o interesse em concluir o acordo.
Lula destacou que um dos principais obstáculos para a finalização do acordo Mercosul-UE reside na França, devido a preocupações protecionistas relacionadas aos interesses agrícolas. O presidente brasileiro ressaltou a importância política, econômica e geográfica do acordo, afirmando que é necessário avançar para demonstrar ao mundo a necessidade de progresso.
Aprovado em 2019 após duas décadas de negociações, o acordo Mercosul-UE aguarda ratificação pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor. A negociação envolve 31 países e cobre temas tarifários e regulatórios, como serviços, compras públicas, facilitação de comércio e propriedade intelectual.
A visita de Sánchez ao Brasil também tem foco em investimentos espanhóis no país, incluindo uma visita ao estado de São Paulo. Durante a reunião com empresários espanhóis, conduzida pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, foram discutidas oportunidades de investimento em setores como energia, bancário, telecomunicações e seguros.
O Brasil é um destino atrativo para empresas espanholas, especialmente nas áreas de transição energética e combate às mudanças climáticas. O estoque total de investimentos espanhóis no Brasil é significativo, estimado em US$ 59 bilhões, com um fluxo anual de cerca de US$ 3,3 bilhões nos últimos anos.
Além das questões econômicas, os presidentes abordaram temas políticos e globais, como a defesa da democracia, a crise no Oriente Médio e o conflito entre Rússia e Ucrânia. Após os atos oficiais, Sánchez foi recebido por Lula para um almoço no Palácio do Itamaraty, encerrando um dia de intensas discussões e aproximação entre Brasil e Espanha.
Lula saúda eleições na Venezuela em julho: “Espero que sejam as mais democráticas possíveis”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou satisfação nesta quarta-feira (6) com a decisão de marcar as eleições na Venezuela para 28 de julho, expressando o desejo de que sejam conduzidas de maneira amplamente democrática. Lula destacou a necessidade de um pleito que restabeleça a participação cidadã no cenário internacional, além de reiterar a urgência do fim do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos ao país vizinho.
A Venezuela enfrenta uma série de desafios políticos e econômicos, incluindo sua suspensão do Mercosul desde 2017, devido a violações da ordem democrática e dos direitos humanos. O governo de Nicolás Maduro também enfrenta a não-reconhecimento por parte dos Estados Unidos, o que resultou em uma série de sanções econômicas prejudiciais, como o congelamento de ativos e restrições ao comércio de petróleo bruto, uma das principais fontes de renda do país.
Recentemente, Lula se reuniu com o presidente Maduro e afirmou que este se comprometeu a permitir a fiscalização internacional do processo eleitoral. O ex-presidente brasileiro ressaltou a importância de manter a presunção da inocência até a conclusão das eleições, destacando que questionar a integridade do processo antes mesmo de sua realização é prejudicial à democracia.
A declaração de Lula ocorreu durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, ao lado do presidente da Espanha, Pedro Sánchez, que também expressou apoio à convocação das eleições na Venezuela, enfatizando a necessidade de garantir um processo eleitoral transparente e democrático.
*Com informações da Agência Brasil.
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