Inundações em Porto Alegre somam-se às tragédias das chuvas no Rio Grande do Sul, enquanto número de mortes chega a 134 e 1,7 milhão de pessoas são afetadas

As tragédias decorrentes das intensas chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul contabilizam 134 vítimas fatais. Em boletim divulgado nesta quinta-feira (09/05/2024), a Defesa Civil do estado diz que 134 indivíduos estão desaparecidos em decorrência do desastre e cerca de 327.105 pessoas estão desalojadas. No total, 1,74 milhão de gaúchos já foram afetados de alguma forma pelas enchentes, ou seja, perderam casas, estão sem luz, água ou comida.

O Rio Grande do Sul possui uma população de 10,8 milhões de habitantes, conforme o censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo menos 425 municípios foram afetados, representando 80,6% do total de 497 cidades gaúchas.

Em declarações à imprensa, o governador Eduardo Leite categorizou a situação como “catástrofe”.

“O alcance da crise no Rio Grande do Sul é o que torna especialmente desafiante o tratamento dessa situação. Praticamente todo o estado está impactado de alguma forma”, lamentou Eduardo Leite.

Ele observou que os números continuam aumentando diariamente, embora os dados possam estar sujeitos a imprecisões.

Nível da água não baixa e mais bairros de Porto Alegre ficam alagados; Bombas da prefeitura foram desligadas por causa de inundação

Moradores dos bairros da Cidade Baixa, localizados no centro da capital gaúcha, e do Menino Deus, situados na zona sul, foram forçados a deixar suas residências após as bombas de drenagem da prefeitura serem inundadas e, por questões de segurança, desligadas.

Essas bombas desempenham a função de extrair a água acumulada e direcioná-la de volta ao rio Guaíba, cujo nível atingiu 5,27 metros, ultrapassando a cota de inundação.

Com o desligamento das bombas, as ruas, veículos, habitações e estabelecimentos comerciais dos bairros foram submersos pela água em menos de trinta minutos.

“Levei apenas o essencial e estou retornando ao trabalho”, relatou uma moradora.

“Foi rápido demais para recolher as coisas e sair de casa”, afirmou outro morador, enquanto permanecia dentro da residência inundada.

Equipes de segurança foram mobilizadas para auxiliar na evacuação, com a orientação para que os moradores busquem locais seguros e abrigos.

Na tarde desta terça-feira, deu-se início à instalação de um gerador de energia para possibilitar o restabelecimento do funcionamento das bombas de drenagem.