Caça a Sérgio Moro | Por Luiz Holanda

Senador Sérgio Moro (União-PR).
Senador Sérgio Moro (União-PR).

A caça ao senador Sérgio Moro continua implacável. Depois de ser absolvido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná -TRE-PR, o presidente do CNJ, ministro Luís Roberto Barroso, incluiu um processo de correição realizado na 13ª Vara Federal de Curitiba contra o senador na pauta para julgamento. Conduzida pelo ministro Luís Felipe Salomão, corregedor-geral de Justiça, a inspeção identificou suspeitas de irregularidades na gestão das multas dos acordos de declaração de leniência fechados na Lava Jato. Moro alega que não cometeu ilícito nenhum.

O erro inicial de Moro foi tentar desbaratar uma organização que fomentava a corrupção no topo da cadeia alimentar da política brasileira. Em seguida, uma série de outros erros se seguiu, demonstrando, entre outras coisas, a falta de habilidade política do senador. Entrar nessa seara sem o traquejo necessário é fatal para qualquer um.  Segundo os analistas, Moro, politicamente, é um desastre, não pelas bandeiras que defende, mas por sua atuação em um meio que lhe é quase totalmente hostil. E sua maior culpa é a ingenuidade.

Ele saiu do Ministério da Justiça atirando contra Jair Bolsonaro. Posteriormente, apoiou Bolsonaro contra Lula. Logo em seguida protagonizou uma confusão imperdoável ao mudar de partido, de estado e de candidatura (de presidencial para a senatorial), sem o respaldo político necessário. Resultado: responde a um doloroso processo de cassação de mandato e a outro por suposta improbidade administrativa, este no CNJ.

O abraço afetuoso em Flávio Dino, acompanhado de conversinha ao pé do ouvido e sorrisos quase amorosos, foi outro desastre. Ultrapassou todos os limites. Mesmo que tenha sido apenas um cumprimento a um ex-colega juiz, somado à brandura das perguntas afáveis na sabatina do então candidato a ministro do STF, pareceu uma tentativa de evitar retaliações futuras, coisa que jamais conseguiu.  Se o seu caso for para o STF, Dino certamente o condenará, pois se apresenta como comunista, petista e fiel a Lula.

Por outro lado, a retaliação dos adversários e da imprensa amestrada jamais deixou de existir. Tudo o que Lula quer é ver quem o colocou na cadeia cassado, sem direitos políticos por 8 anos e, se possível, também preso. O TRE do Paraná absolveu Moro, mas quando o processo chegar ao TSE, em grau de recurso, a coisa muda. O preço que os ingênuos pagam pelas faturas de Brasília é extremamente alto; e não acaba nunca.

 *Luiz Holanda, advogado e professor universitário.

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Sobre Luiz Holanda 476 artigos
Luiz Holanda é advogado e professor universitário, possui especialização em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (SP); Comércio Exterior pela Faculdades Metropolitanas Unidas de São Paulo; Direito Comercial pela Universidade Católica de São Paulo; Comunicações Verbais pelo Instituto Melantonio de São Paulo; é professor de Direito Constitucional, Ciências Políticas, Direitos Humanos e Ética na Faculdade de Direito da UCSAL na Bahia; e é Conselheiro do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/BA. Atuou como advogado dos Banco Safra E Econômico, presidiu a Transur, foi diretor comercial da Limpurb, superintendente da LBA na Bahia, superintendente parlamentar da Assembleia Legislativa da Bahia, e diretor administrativo da Sudic Bahia.

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