Rei do Forró Temperado, Zelito Miranda comenta sobre turnê na Europa e importância do projeto São João da Bahia; Confira entrevista exclusiva

O consagrado artista baiano Zelito Miranda, O Rei do Forró Temperado, concedeu entrevista exclusiva ao Jornal Grande Bahia. Ele estava acompanhado da esposa e empresária Telma Miranda e do jornalista Valter Xéu. Demonstrando muito entusiasmo, ele considerou o trabalho que o Governo Wagner vem desenvolvendo em prol do resgate da cultura baiana como muito positivo e adiantou que neste segundo semestre do ano estará empreendendo viagem a vários países da Europa em companhia de outros artistas, para divulgar o projeto São João da Bahia.

JGB – Você poderia explicar para nós que estilo musical é este conhecido como Forró Temperado?

Zelito Miranda – O estilo musical Forró Temperado não nasceu de forma programada e sim, por ser eu um forrozeiro que tem uma formação musical um pouco diferenciada dos meus colegas. Fui aluno do maestro Rosemberg Cardoso, fiz teatro durante nove anos e cinema. Após toda esta experiência me deparei com o forró. A partir deste momento, compreendi que não poderia fazer o estilo tradicional tipo Trio Nordestino e Luiz Gonzaga (Luiz Gonzaga do Nascimento) A instrumentação e minha pegada musical eram diferentes, além de ser o único baiano fazendo forró. Eu não nasci para copiar e por isso mesmo, é que procurei fazer outra leitura utilizando a percussão baiana e não os instrumentos tradicionais usados neste estilo musical.

JGB – A sua banda musical, atualmente, conta com quantos componentes?

ZM – O grupo é grande, composto por nove músicos, oito coreógrafos, oito bailarinos e dois capoeiristas. A gravação do nosso DVD, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, envolveu 250 artistas.  A produtora pernambucana, A Zoada, foi a responsável pela a realização de toda a produção.

JGB – Quando você iniciou a sua carreira artística?

ZM – Na condição de músico, 30 anos, e no estilo Forró Temperado 25 anos

JGB – O seu estilo é único ou já existem grupos musicais copiando você?

ZM – Eu acredito que existem pessoas, não diria que estão me copiando e sim, que se aproximam do meu estilo, cito como exemplo Galdino Luis, de Recife.

JGB – Qual a sua avaliação dos mais diversos estilos musicais que se apresentam como forrozeiros, quando na verdade não tem nada a ver com o forró autêntico como nós conhecemos?

ZM – Com o surgimento da globalização a cultura ficou muito mais visível aos olhos de todos, o que facilitou e até mesmo aproximou muitas linguagens. Cito como exemplo as Bandas que sempre fizeram bailes com alto nível de qualidade, agora acreditam que estão se utilizando de ritmos de forró. Quando na verdade estão tocando Iron Maiden, para mim isto não é forró é uma coisa diferente. Embora deva fazer a ressalva que em nada este estilo musical desmerece o mérito dessa classe artística. Inclusive tenho muitos amigos que realizam um grande trabalho nesta área a qual dou o maior valor. No meu caso especificamente faço uma fusão musical em meu trabalho, mas sempre mantenho a raiz do forró.

JGB – Conte para nós, com se deu o surgimento do Forró Temperado?

ZM – O Forró Temperado não nasceu para ser um mito. A coisa toda teve a sua origem em função de uma brincadeira do empresário de casas de Shows noturnas em Salvador, Paulo Leite, isso entre os idos de 1984 a 1985, quando eu e alguns amigos e o meu parceiro Rafael Junior (publicitário) estavamos ouvindo o nosso disco, quando ele (Leite) fez o seguinte comentário: “Zelito, você dá um tempero diferente ao forró. Temos que colocar um apelido de rei”. Foi quando decedi colocar como nome em meu disco “O Rei do Forró Temperado” e não apelido como foi proposto inicialmente. No dia seguinte, Paulo Leite firma um contrato comigo correspondente a uma temporada de 14 semanas para realizar show de forró na Lagoa Mar. Ocasião em que ele colocou 20 outdoors espalhados pela cidade com o slogan – Zelito Miranda o Rei do Forró Temperado.

JGB – Sendo responsável pela produção de um CD com 23 músicas e DVD com 26.  Depois de toda essa experiência acumulada se sente seguro para chegar ao palco e fazer um grande show?

ZM – Eu sou um artísta de palco, eu iniciei a minha vida no mundo musical aos oito anos de idade, o único trabalho que tive afastado do mundo da arte foi uma breve passagem trabalhando no Banco Safra.

JGB – A sua esposa, Telma Miranda, é a sua empresária. Como está a sua agenda de shows neste período junino?

ZM – Não só no período junino, mas ao longo de todo o ano, estamos realizando muitos trabalhos. Até mesmo por estarmos engajados no projeto São João da Bahia, Maior Festa Regional do Brasil, do governo Jaques Wagner. No qual sou um dos âncoras  juntamente  com Adelmário Coelho, Léo do Estaka Zero e Targino Godin. Recentemente estivemos em Buenos Aires e várias vezes em São Paulo para divulgar o São João que acertadamente o governo do estado está a fazer importantes investimentos. Seguindo o exemplo do que foi feito pelos governos anteriores que investiram no Axé Music o que resultou no surgimento de grandes artistas, Trios e blocos que tem contribuido para fortalecer este segmento cultural. Neste segundo semestre estaremos viajando para Barcelona e mais quatro países europeus para divulgar o São João.

A partir de hoje (2) estaremos realizando shows no Coliseu do Forró (Salvador); sábado (5), Espaço Armazém (Camaçari); domingo (6), Parque da Cidade no Itaigara. Também realizamos shows ao longo de todo primeiro semestre do ano, graças ao projeto Forró no Parque, elaborado por Telma Miranda. Para este São João estamos com a agendados com os municípios de Cruz das Almas, Senhor do Bonfim, Mata de São João, Salvador, Dias D`Ávila, Abaira, Lauro de Freitas, Salinas, entre outros.

JGB – Em sua opinião qual música pode ser considerada o hino do forró?

ZM – Se dependesse de gosto pessoal eu teria muitas. Mas entendo que a música que continua sendo considerada como hino do forró é Asa Branca de autoria de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

*Contatos com a produção de Zelito Miranda podem ser feitos através: http://www.zelitomiranda.com.br; e-mail: zelitomiranda@gmail.com; telmaomiranda@gamail.com ou através dos telefonse (71)9609-8930 e (71)3011-4513

Zelito Miranda e a esposa Telma Miranda.
Zelito Miranda e a esposa Telma Miranda.
Sérgio Jones, Zelito Miranda, esposa Telma Miranda e Carlos Augusto.
Sérgio Jones, Zelito Miranda, esposa Telma Miranda e Carlos Augusto.
Valter Xéu, Zelito Miranda, esposa Telma Miranda e Carlos Augusto.
Valter Xéu, Zelito Miranda, esposa Telma Miranda e Carlos Augusto.
Capa do CD de Zelito Miranda, o ‘Rei do Forró Temperado’.
Capa do CD de Zelito Miranda, o ‘Rei do Forró Temperado’.
Banner da Prefeitura de Santo Estêvão: Campanha do São João 2024.
Banner da Campanha ‘Bahia Contra a Dengue’ com o tema ‘Dengue mata, proteja sua família’.
Sobre Carlos Augusto, diretor do Jornal Grande Bahia 10879 artigos
Carlos Augusto é Mestre em Ciências Sociais, na área de concentração da cultura, desigualdades e desenvolvimento, através do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pela Faculdade de Ensino Superior da Cidade de Feira de Santana (FAESF/UNEF) e Ex-aluno Especial do Programa de Doutorado em Sociologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atua como jornalista e cientista social, é filiado à Federação Internacional de Jornalistas (FIJ, Reg. Nº 14.405), Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ, Reg. Nº 4.518) e a Associação Bahiana de Imprensa (ABI Bahia), dirige e edita o Jornal Grande Bahia (JGB), além de atuar como venerável mestre da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Maçônica ∴ Cavaleiros de York.

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