Senadores cobram de Conselho de Ética rapidez na análise de representação contra Demóstenes Torres

Jornal Grande Bahia, compromisso em informar.
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Os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Ana Amélia Lemos (PP-RS) e Pedro Taques (PDT-MT) entraram hoje (02/04/2012) com pedido na Comissão de Ética do Senado para que agilize a análise da representação apresentada na semana passada pelo PSOL contra o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

Os três senadores disseram ter tomado conhecimento pela imprensa que o conselho só irá se reunir no dia 10 de abril para eleger um novo presidente. O senador Jayme Campos (DEM-TO) está no cargo interinamente, mas já se declarou impossibilitado de conduzir um processo para investigar Torres por ser colega de partido. Para Rodrigues, Ana Amélia e Taques, não parece razoável que o conselho leve tanto tempo apenas para escolher um presidente, antes de decidir se irá aceitar ou não o processo para investigar o senador do DEM.

“Diante de tantas denúncias, não nos parece razoável que fato de tamanha gravidade, que coloca em xeque a imagem desta Casa, tenha sua apreciação iniciada tanto tempo após a provocação a este conselho. Tal fato acaba por criar, desnecessariamente, dúvida na opinião pública quanto à disposição do Senado Federal em iniciar as investigações”, alegam os três senadores no documento apresentado hoje na comissão.

A representação apresentada pelo PSOL, no dia 28 de março, pede que o senador seja investigado pelo Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar em função de seu envolvimento com o empresário Carlos Ramos, o Carlinhos Cacheira.

Demóstenes foi flagrado pela Polícia Federal em conversas telefônicas com Cachoeira e admitiu que recebeu presentes de casamento do empresário no valor de R$ 30 mil. Outras conversas divulgadas pela imprensa apontam ainda o senador e Cachoeira tratando da relatoria de projetos que interessam ao empresário.

Torres vem sendo pressionado pelo partido para deixar a legenda. Uma reunião entre ele e colegas do DEM hoje (2) deve decidir o futuro do senador no partido.

Advogado de Demóstenes alega que gravações entre Carlinhos Cachoeira e senador são ilegais

O advogado do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse hoje (2) que vai entrar com uma reclamação no Supremo Tribunal Federal na próxima segunda-feira (9) contestando o fato de a Justiça Federal em Goiás não ter pedido autorização à Suprema Corte para continuar as investigações envolvendo seu cliente e o empresário Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira.

Segundo o advogado Antonio Carlos de Almeira Castro, conhecido como Kakay, o Ministério Público Federal e a Justiça Federal em Goiás deveriam ter pedido autorização ao Supremo para fazer as gravações telefônicas da Operação Monte Carlo porque Demóstenes Torres tem foro privilegiado por ser parlamentar.

“Vou fazer uma reclamação contra o Ministério Público e o juiz do Tribunal de Goiás pela ilegalidade que cometeram. É para anular o inquérito”, disse Kakay ao deixar a casa de seu cliente após reunião. “O que vi nesse processo no que diz respeito a usurpação de competência do Supremo é tão grave que vou fazer uma reclamação”.

Segundo o advogado, Demóstenes só deverá se reunir com o partido quando tiver acesso a todos os autos do processo. Hoje, ele trouxe para o senador 16 volumes do processo e algumas mídias, mas ainda faltam mais duas mídias de conversas e mais volumes do inquérito.

A relação entre Demóstenes Torres e o empresário Carlinhos Cachoeira começou a ser divulgada pela imprensa poucos dias após a deflagração da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que resultou na prisão de Cachoeira e mais 34 pessoas no final de fevereiro. Inicialmente, Demóstenes foi acusado de receber presentes caros de Cachoeira em seu casamento, mas negou conhecer as atividades ilegais do empresário.

Vazamento de interceptações telefônicas colhidas pela Polícia Federal mostraram, no entanto, que além de conhecer a atuação de Cachoeira, Demóstenes também participava do esquema, interferindo a favor do empresário em assuntos políticos e obtendo em troca o repasse de dinheiro resultante da exploração do jogo ilegal em Goiás.

Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal autorizou a abertura de inquérito para investigar a participação de Demóstenes no esquema. O relator do processo, ministro Ricardo Lewandowski, determinou a quebra de sigilo bancário do senador e pediu levantamento das emendas parlamentares do político.

Deputado envolvido com Carlinhos Cachoeira se licencia do PPS

O deputado federal Stepan Nercessian (RJ) se licenciou do PPS, no último sábado (31). Nercessian foi um dos flagrados pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal (PF), em conversas telefônicas com o controlador de jogos ilegais em Goiás, Carlos Augusto Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A licença se dará “até que os fatos sejam apurados e esclarecidos”, disse o deputado.

Nercessian também se licenciou de todos os cargos que ocupa na Câmara dos Deputados, inclusive o de membro titular das comissões de Educação e de Segurança Pública.

Assim como o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), Nercessian confirmou que é amigo de Carlinhos Cachoeira, mas negou qualquer envolvimento nos negócios do empresário. “Para tranquilizar, se possível, aos companheiros do PPS, quero lembrar que sou nascido no estado de Goiás, onde tenho uma legião grandiosa de amigos, parentes e conhecidos. E que minha amizade com Carlinhos Cachoeira dura mais de 15 anos, antes portanto de ter exercido mandato parlamentar. E que nossas relações jamais envolveram negócios ou relações políticas”.

Nercessian e Torres não foram os únicos parlamentares flagrados pela Polícia Federal em conversas com Carlinhos Cachoeira. Outros deputados de Goiás, como Carlos Alberto Leréia (PSDB) e Sandes Júnior (PP) também tiveram telefonemas com Cachoeira grampeados pela PF.

O mais afetado pelas denúncias até o momento, no entanto, é o senador. O Supremo Tribunal Federal autorizou a quebra do sigilo bancário de Demóstenes e a abertura de inquérito para investigar o envolvimento dele com Cachoeira. Demóstenes também se reúne hoje (2) com seu partido, o DEM, para definir seu futuro na legenda.

*Com informação :  Agência Brasil

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