Ministro da Justiça critica vazamentos seletivos de investigações da Lava Jato

José Martins Cardozo: “Quando ocorrem situações desse tipo, elas são ilegais, criminosas e geram uma situação nociva ao País. Delações premiadas não são sentenças condenatórias”.
José Martins Cardozo: “Quando ocorrem situações desse tipo, elas são ilegais, criminosas e geram uma situação nociva ao País. Delações premiadas não são sentenças condenatórias”.
José Martins Cardozo: “Quando ocorrem situações desse tipo, elas são ilegais, criminosas e geram uma situação nociva ao País. Delações premiadas não são sentenças condenatórias”.
José Martins Cardozo: “Quando ocorrem situações desse tipo, elas são ilegais, criminosas e geram uma situação nociva ao País. Delações premiadas não são sentenças condenatórias”.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, criticou nesta quarta-feira (15/07/2015) o vazamento seletivo de investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF). “Quando ocorrem situações desse tipo, elas são ilegais, criminosas e geram uma situação nociva ao País. Delações premiadas não são sentenças condenatórias”, afirmou em depoimento à CPI da Petrobras.

O deputado Bruno Covas (PSDB-SP) questionou o depoente sobre audiências realizadas, na sede do ministério, entre o ministro e advogados de empreiteiras envolvidas na Lava Jato. Cardozo explicou que teve apenas uma reunião com advogados da Odebrecht, que queriam apresentar duas representações denunciando supostas irregularidades em fatos que envolvem a investigação da PF.

Cardozo informou ainda que o advogado não pode ser criminalizado no exercício de suas atribuições. “Só nas ditaduras que não se recebiam advogados. Eles serão sempre recebidos por mim”, disse.

O ministro acrescentou que encaminhou uma representação à Polícia Federal e a outra à Procuradoria-Geral da República com as supostas irregularidades. “Estou submetido a sigilo sobre o assunto tratado, mas a reunião se deu dentro das atribuições do Ministério da Justiça”, esclareceu.

Encontro em Portugal

Deputados da oposição também questionaram o ministro sobre encontro ocorrido há alguns dias entre ele, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, e a presidente Dilma Rousseff na cidade de Porto, em Portugal.

Cardozo negou que tenham tratado da Lava Jato e declarou que a reunião não foi sigilosa. “O jantar entre nós foi público, não sigiloso.” Segundo ele, o encontro não constou de sua agenda, porque a agenda publicada era a do secretário-executivo, que estava o substituindo à época. “Não há anormalidade em encontros de chefes de poder em qualquer lugar do Brasil ou do mundo”, reforçou.

Encontro com Janot

Sobre reunião com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ocorrida em novembro do ano passado em Buenos Aires, o ministro afirmou que também não foi feita às escuras. Ele informou que foi à Argentina para um encontro bilateral e, coincidentemente, encontrou-se com Janot em locais públicos para tomar café e almoçar. Cardozo apresentou inclusive fotos. “Não discutimos Lava Jato, lista, nada”, relatou.

Com relação a um segundo encontro com Janot, ocorrido neste ano e às vésperas da divulgação da lista dos investigados na Operação Lava Jato, Cardozo destacou que tratou da lei de combate à corrupção lançada pelo governo em março.

Operação Politeia

Cardozo também negou envolvimento do governo na Operação Politeia, deflagrada ontem, com a execução de mandados de busca e apreensão na residência de políticos suspeitos de envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Lava Jato. “As decisões foram decorrentes de solicitações do procurador-geral da República, e do relator do processo no Supremo, Teori Zavascki. A Polícia Federal apenas cumpriu mandados, por ordem do STF”, explicou.

Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo diz ter certeza de que Lava Jato não chega a Dilma

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse hoje (15/07/2015) que a Operação Lava Jato não chegará à presidenta Dilma Rousseff. A afirmação de Cardozo foi feita durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, ao ser perguntado sobre o assunto por integrantes da comissão.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, depõe na reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da PetrobrasValter Campanato/Agência Brasil

“Conheço a presidente há muitos anos. Tenho orgulho de conhecê-la. É uma pessoa de honestidade inatacável. Todas as pessoas têm defeitos, virtudes. Não está entre os defeitos da presidente Dilma Rousseff a desonestidade”, disse. “Eu tenho absoluta certeza de que nenhum fato relacionado a desvio de dinheiro público, corrupção e improbidade chegará próximo da presidente Dilma Rousseff,” completou.

O ministro disse ainda que nunca recebeu qualquer tipo de orientação da presidenta para intervir nas investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF). “Tenho muito orgulho de jamais ter recebido da presidente da República, jamais, qualquer orientação para obstasse, prejudicasse, desviasse as investigações que estão sob o meu departamento sendo conduzidas”.

Sobre a Operação Politeia, que apreendeu documentos, carros de luxo e mais de R$ 4 milhões dos investigados, entre eles parlamentares, Cardozo explicou que a operação não foi conduzida pela Polícia Federal. “Quando temos investigações de pessoas com foro privilegiado [como parlamentares] não é a PF quem conduz, ela é apenas executora, quem conduz é o poder Judiciário”. De acordo com o ministro, a Politeia foi conduzida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e pelas decisões do ministro Teori Zavaski, do STF [Supremo Tribunal Federal]. Segundo Cardozo, a “polícia apenas cumpriu os mandatos”.

Cardozo foi convocado pela CPI da Petrobras para prestar esclarecimentos a respeito de uma escuta clandestina encontrada na cela do doleiro Alberto Youssef, na Polícia Federal (PF), em Curitiba.

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