A abertura da Exposição Orixás da Bahia e a reinauguração da Fonte de Oxum, aconteceu com muito axé, no último domingo (21/01/2018), celebrando o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, no Espaço Cultural da Barroquinha, equipamento cultural gerido pela Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura de Salvador.
Na ocasião, estiveram presentes representantes e membros de diversos terreiros de Salvador, autoridades públicas, como a titular da Fundação Mario Leal Ferreira (FMLF), Tânia Scofield e artistas, como J. Cunha, a atriz e escritora Cassia Valle, a apresentadora Regina Casé, bem como turistas que já estão curtindo o verão da cidade.
E foi ao som dos atabaques dos alabês do Gantois que se deu início ao ato solene de abertura, sob o comando de Doté Amilton, sacerdote do Terreiro Kwe Vodun Zo, primeiro terreiro tombado pelo município, do líder religioso Tata Nembakala e de Mãe Ângela Ferreira, Terreiro do Gantois.
Na sequência, foi prestada uma justa homenagem a D. Elyette Magalhães, criadora da exposição em 1973, que completou cinco meses de falecida no último dia 20, e foi representada pelo seu neto Luis Gaban.
Torços, turbantes e Orixás da Bahia
A FGM traz de volta a Salvador a mostra que foi criada em 1973 por D. Elyette Magalhães (in memorian). Mulher de personalidade forte, ideias e visão além de seu tempo, em plena década de 70 exibia lindos e coloridos turbantes, causando estranhamento a muita gente que desconhecia a importância de tão poderoso adereço e reforçando sua ligação com a religiosidade de matriz africana. Dona Elyette foi mais longe: no ato de criação do Museu da Cidade, em 5 de julho de 1973, dedicou uma sala inteira aos orixás, criados pelo artista plástico Alecy Azevedo e acompanhado pela assessoria de Mãe Meninha do Gantois. São 16 estátuas em tamanho natural de divindades africanas, esculpidas em papel marchê. A curadoria atual tem assinatura do artista visual, cenógrafo, aderecista e figurinista, Maurício Martins, com consultoria religiosa de alguns membros do Terreiro do Gantois. Martins projetou um cenário que promove um diálogo entre elementos da ancestralidade e da contemporaneidade. Para recuperar as roupas (figurinos) e os adereços que vestem as esculturas de Alecy, contou com a coordenação da museóloga, Gerente de Bibliotecas e Promoção do Livro e Leitura (FGM) e filha do Gantois, Jane Palma e das costureiras Joselita França, Alzedite Santos, Clara Guedes e Regina Celia Santos.
A fonte que fica na área externa do Espaço, dedicada a orixá Oxum, foi reinaugurada, totalmente reformada pelo Studio Argolo, com o amparo espiritual de Doté Amilton, sacerdote do Terreiro Kwe Vodun Zo e ganhou uma escultura em homenagem a Oxum, feita pelo artista plástico Jack Salvador.
De quarta a domingo, das 14 às 19 horas, é possível visitar tanto a galeria com a exposição, como apreciar a fonte, na parte externa do Espaço Cultural da Barroquinha.
Agenda
O quê: Exposição Orixás da Bahia, com homenagem a D. Elyette Magalhães e Fonte de Oxum
Visitação aberta ao público: de quarta a domingo, das 14 às 19 horas
Onde: Espaço Cultural da Barroquinha, em Salvador