Brasil melhora, mas ainda fica abaixo da 100ª posição em ranking de liberdade de imprensa

Regressão da liberdade de imprensa no Brasil está associada a assunção antidemocrática do Governo Temer e linha editorial de veículos conservadores e reacionários que pregam e disseminam o ódio.
Regressão da liberdade de imprensa no Brasil está associada a assunção antidemocrática do Governo Temer e linha editorial de veículos conservadores e reacionários que pregam e disseminam o ódio.

Contaminado pela corrupção e a violência, o Brasil não consegue se posicionar acima do 100° lugar, observa a RSF. “Em um contexto de extrema tensão e polarização política, simbolizado pela destituição da ex-presidenta Dilma Rousseff em 2016, as autoridades brasileiras demoram a colocar a liberdade de imprensa entre suas prioridades”, diz o documento.

A ONG francesa nota que as agressões contra jornalistas apresentam um leve recuo no Brasil, mas continuam frequentes, principalmente em manifestações. “Desde que eles se aproximam dos interesses de eleitos e do poder político, os jornalistas são intimidados ou visados por processos judiciais abusivos”, destaca o relatório. Para a RSF, “essa situação de vulnerabilidade é particularmente perceptível em regiões remotas, distantes dos grandes centros urbanos, onde as mídias independentes e comunitárias não recebem apoio público e enfrentam dificuldades para garantir sua perenidade”.

A Noruega continua em primeiro lugar no ranking, como o país que mais respeita a liberdade de imprensa. A Coreia do Norte aparece em último lugar na lista.

Midiafobia vira fenômeno planetário

A RSF destaca ainda o clima de ódio em relação aos jornalistas, cada vez mais pronunciado no mundo. Segundo o documento, a hostilidade contra os profissionais da imprensa, encorajada por políticos e pela vontade de regimes autoritários de exportar sua visão de jornalismo, ameaçam as democracias.

“Cada vez mais chefes de Estado democraticamente eleitos veem a imprensa não mais como um pilar essencial da democracia, mas como um adversário contra o qual eles exibem abertamente sua aversão. […) Os Estados Unidos de Donald Trump figuram agora na 45ª posição do ranking, tendo recuado duas colocações. O presidente adepto dos ataques à imprensa, descomplexado, que qualifica repórteres como ‘inimigos do povo’, utiliza uma fórmula usada no passado por Josef Stalin [o ditador russo que comandou a União Soviética até sua morte, em 1953]”, critica a RSF.

Venezuela sofre maior queda na América Latina

Vários países latino-americanos seguem figurando entre os mais perigosos do mundo para exercer o jornalismo. A Venezuela (143º), onde o governo do presidente Nicolás Maduro “segue se distinguindo por seus excessos autoritários”, sofreu a maior queda do continente, recuando seis posições.

Cuba, onde o “regime castrista monopoliza quase por completo a informação”, segue como o país pior classificado no continente (172º), enquanto a Costa Rica, que tem uma “sólida base legal em matéria de liberdade de informação”, ocupa a melhor posição (10º).

O México, onde onze jornalistas foram mortos no ano passado, tornou-se o segundo país mais fatal para os jornalistas em 2017, destaca a RSF.

*Com informações da RFI.

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