Jornal francês questiona se o presidente Jair Bolsonaro será capaz de pragmatismo político; Les Echos analisa o que denomina ‘Bolso-democracia’

Presidente Jair Bolsonaro é capa do jornal econômico Les Echos.
Presidente Jair Bolsonaro é capa do jornal econômico Les Echos.
Presidente Jair Bolsonaro é capa do jornal econômico Les Echos.
Presidente Jair Bolsonaro é capa do jornal econômico Les Echos.

Jornal econômico de referência na França, Les Echos analisa o que denomina ‘Bolso-democracia’. O correspondente em São Paulo, Thierry Ogier, busca explicar as razões que levaram uma parte dos brasileiros a aderir ao projeto do ex-capitão de reserva.

“O bolsonarismo é antes de mais nada uma aspiração à volta da ordem, um desejo dos brasileiros de voltarem a ter orgulho do país, depois de se sentirem humilhados pelos escândalos de corrupção e pelas derrotas da equipe nacional na Copa do Mundo”, afirma o correspondente. Os simpatizantes do novo presidente, que gritam a plenos pulmões “mito” nas ruas, também sonham com um Brasil que volte a se identificar com os valores morais e tradicionais das “famílias de bem”. Essa nova “maioria moral” brasileira gostou de ouvir Bolsonaro exaltar a tradição judaico-cristã em seus primeiros discursos e também o respeito à propriedade privada.

A questão é que a maior parte das intenções de Bolsonaro em política externa e comercial, envolvendo China, Estados Unidos e Israel, são perigosas para a própria economia brasileira e a posição do país no cenário político internacional. O jornal questiona se o presidente ultraconservador vai permanecer prisioneiro do esquema ideológico que criou ou se vai adotar um certo pragmatismo nas decisões geopolíticas e econômicas de interesse dos brasileiros.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, é praticamente o único fiador desse governo, apoiado pelos interesses empresariais. Na avaliação de Ogier, Bolsonaro terá de moderar seus instintos impulsivos, se quiser de fato levar novos ares à democracia brasileira.

Base militar americana

A posse de Nicolás Maduro para um segundo mandato na Venezuela também ganha destaque na imprensa francesa. Entre as inúmeras reportagens publicadas sobre a situação em Caracas, Le Figaro diz que Bolsonaro está à frente de uma aliança regional contra o governo Maduro. Referindo-se ao pesselista como um presidente populista, o Figaro explica que os ataques ao regime socialista de Maduro foram um dos principais argumentos de campanha de Bolsonaro para convencer os brasileiros sobre a necessidade da guinada à direita.

Além de romper com a tradição diplomática brasileira de não ingerência em assuntos internos de outros países e de alinhamento regional sul-americano, Bolsonaro ainda foi mais longe oferecendo a instalação de uma base militar aos Estados Unidos em território brasileiro. Uma ideia do chanceler Ernesto Araújo, admirador declarado de Donald Trump, reporta o diário, devidamente descartada pelos militares.

“A menos que se trate de uma advertência às manobras conjuntas da Rússia, que enviou em dezembro à Venezuela dois aviões militares capazes de transportar armas atômicas, uma manifestação de força de Moscou no continente sul-americano”, se pergunta Le Figaro.

*Com informações da RFI.

Banner da Prefeitura de Santo Estêvão: Campanha do Concurso Público de 2024.
Banner da Campanha ‘Bahia Contra a Dengue’ com o tema ‘Dengue mata, proteja sua família’.
Banner da Prefeitura de Santo Estêvão: Campanha do São João 2024.
Sobre Redação do Jornal Grande Bahia 142767 artigos
O Jornal Grande Bahia (JGB) é um site de notícias com publicações que abrangem as Regiões Metropolitanas de Feira de Santana e Salvador, dirigido e editado pelo jornalista e cientista social Carlos Augusto.