Valor do lixo eletrônico global chega a US$ 62,5 bilhões, revela estudo

Computador, dados, internet, marcas de empresas de computação, fabricantes de celulares e computadores.
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O lixo eletrônico a nível global tem um valor de pelo menos US$ 62,5 bilhões, o que corresponde ao Produto Interno Bruto, PIB, anual do Quênia.

Os dados são do relatório Uma nova Visão Circular para Eletrônicos – Hora de um Reinicio Global apresentado no Fórum Econômico Mundial de Davos. Sete agências da ONU participaram no estudo feito pela aliança contra o lixo eletrônico. Lixo Eletrônico

A pesquisa é apoiada pelo Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, que junta 200 companhias da indústria e da tecnologia em ações em prol de um futuro sustentável para o planeta.

O Brasil é o único país de língua portuguesa mencionado no documento, por ser um dos 11 principais destinos do mundo que recebe materiais eletrônicos descartados.

De acordo com o relatório, tecnologias como o uso da nuvem na computação e a rede chamada Internet das Coisas podem baixar a necessidade de novos materiais nessas áreas.

Os especialistas recomendam mais cadeias de valor globais, que usem novas tecnologias para criar negócios nas áreas de serviços, rastreamento de produtos e programas de devolução desse lixo a fabricantes ou vendedores.

Indústria Informal

Com políticas apropriadas, os autores do estudo defendem que podem ser criados milhões de novos empregos para substituir a atual indústria informal.

Um dos exemplos mencionados é o da Nigéria, onde investidores anunciaram recentemente que pretendem criar empregos formais para 100 mil pessoas que trabalham na recolha de lixo eletrônico no país africano.

O estudo defende que muitos dispositivos são compostos por materiais valiosos que estão prontos para reciclagem. Por exemplo, uma tonelada de telefones celulares tem 100 vezes mais ouro do que se pode encontrar em uma tonelada de minério de ouro.

Grande parte destes minerais está em risco de esgotar e representa um grande impacto ambiental e humano na área de mineração em países como República Democrática do Congo e China. Trabalhos perigosos

Cerca de 20% do lixo eletrônico é formalmente reciclado. Em relação aos milhões de pessoas que trabalham no processamento informal desses materiais, o estudo destaca que estas são frequentemente expostas a ambientes de trabalho perigosos.

Os maiores produtores mundiais de lixo eletrônico são Austrália, China, União Europeia, Japão, América do Norte e Coreia do Sul.

Nos Estados Unidos e no Canadá, cada pessoa produz cerca de 20 quilos de lixo eletrônico por ano. Na UE, a quantidade é de 17,7 kg. No entanto, o 1,2 bilhão de habitantes do continente africano gera, em média, 1,9 kg de lixo eletrônico.

Todos os anos, um total de 1,3 milhão de toneladas de produtos eletrônicos descartados acabam sendo exportadas do bloco europeu sem documentação.

O movimento ilegal de lixo eletrônico das nações desenvolvidas para os países em desenvolvimento é considerado um dos principais desafios atuais. O estudo diz que existe uma rede complexa de portos de chegada que evita a detecção do lixo eletrônico pelas autoridades.

*O grupo de entidades integra a Organização Internacional do Trabalho, OIT, a União Internacional das Telecomunicações, UIT, o programa das Nações Unidas para o meio Ambiente, Pnuma, a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, Unido, o Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa, Unitar, a Universidade das Nações Unidas, UNU e o Secretariado das Convenções de Basileia e Estocolmo.

*Com informações da ONU News.

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