Contra o Brasil, a Croácia venceu a quarta disputa de pênaltis seguida em Copas. Goleiro Dominik Livakovic também fez história nas quartas de final no Catar. “Meus jogadores não são normais”, disse o técnico Zlatko Dalic ao final do jogo.
“O futebol é simples. São 22 atletas correndo atrás de uma bola por 90 minutos e, no fim, a Alemanha sempre ganha.”
Essas foram as palavras conhecidas são de autoria do ex-camisa 10 da Inglaterra Gary Lineker, inconsolável após uma derrota nos pênaltis para a Alemanha Ocidental, na Copa do Mundo FIFA de 1990, na Itália. O camisa 10 do Brasil, também frustrado, deve estar pensando em algo parecido após esta noite.
Desta vez, no entanto, os invencíveis não são uma potência futebolística com uma população de cerca de 84 milhões de pessoas, mas sim um país com menos de quatro milhões de habitantes. Uma nação que assistiu a seus heróis se superarem repetidas vezes. Antes do jogo, o então treinador da Seleção, Tite – que anunciou a saída do cargo logo após a eliminação –, alertou sobre uma possível disputa de pênaltis contra a equipe de Zlatko Dalic. “Eles são uma máquina nos pênaltis”, disse. “Precisamos vencer o jogo”.
Neymar esteve perto de levar o Brasil para a próxima fase com a bola rolando. A Croácia, no entanto, juntou as todas as forças e reagiu no último momento para empatar o jogo, com o gol de Bruno Petkovic levando o jogo para os pênaltis.
Favoritos para o jogo e para o título do Mundial, o Brasil foi para as cobranças contra um adversário mais que experiente nesse tema. Na última Copa, a Croácia eliminou Dinamarca e Rússia nos pênaltis, e, no Qatar, o Japão nas oitavas. Dominik Livakovic defendeu a primeira tentativa do Brasil. Seus colegas não erraram nenhuma das outras quatro cobranças. Na quinta vez dos brasileiros, Marquinhos acertou a trave.
Com o triunfo, a Croácia igualou o recorde da Alemanha de maior sequência invicta em cobranças de pênaltis na Copa do Mundo (quatro). O goleiro croata, por sua vez, bateu o recorde de maior número de cobranças em disputas de pênalti salvas nesta competição (também quatro).
“Algumas situações foram criadas pelo Brasil por causa da qualidade e da velocidade deles, mas conseguimos impedir isso com o nosso goleiro, que fez uma exibição impecável”, disse Dalic. “Ele fez a diferença. Ele fez a diferença nos momentos cruciais, ele nos salvou.” “Ele pegou o primeiro pênalti e nos deu confiança. Ele também tirou um pouco da confiança do Brasil porque eles ficaram com medo que ele defenderia outros. Ele fez a diferença para nós durante toda a partida.”
“Nós eliminamos os grandes favoritos. Parabéns para os garotos. Isso é pelo povo croata. Eu disse para vocês, ‘nunca nos subestime’. Orgulho, fé e patriotismo. Não é o fim para nós. Vamos continuar.” “Meus jogadores não são normais. Agradeço também aos atletas que não entraram em campo, mas que estão aqui e que contribuíram para isso. Somos um país com cerca de três milhões e meio de pessoas e, pela segunda vez sob o meu comando, estamos nas semifinais. Estou orgulhoso. Ninguém acreditava em nós.”
Os críticos não deverão subestimar a Croácia nunca mais em um jogo na fase de mata-mata. Talvez algo precise ser reescrito, ou melhor, modernizado: a famosa frase de Gary Lineker.
“O futebol é simples. São 22 atletas correndo atrás de uma bola por 120 minutos e, no fim, a Croácia sempre ganha.”
