Salvador: Armandinho Macedo celebra título no Pelourinho com amigos e família

Entre os amigos, o maestro Alfredo Moura, que sonhou, trabalhou para e conseguiu mobilizar as três faculdades para que houvesse a concessão do título.
Entre os amigos, o maestro Alfredo Moura, que sonhou, trabalhou para e conseguiu mobilizar as três faculdades para que houvesse a concessão do título.

Foi no Boteco do Viajante, da empresária e chef de cozinha santamarense Takuyra Costa, no Pelourinho, em Salvador, que Armandinho Macedo foi celebrar com a família e os muitos amigos, o recebimento do título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal da Bahia, proposto pelas Escolas de Música, de Direito e pela Faculdade de Medicina, aprovado pelo Conselho Universitário da UFBA e entregue pelo reitor Paulo Miguez.

Entre os amigos, o maestro Alfredo Moura, que sonhou, trabalhou para e conseguiu mobilizar as três faculdades para que houvesse a concessão do título. “Armandinho merecia isso na vida, gozar do respeito não só do público, mas também da Academia”, declarou o maestro que confessou ter ficado muito emocionado e chorado em vários momentos.

Um fato interessante, relembrado pelo próprio Armandinho durante o jantar, é que ele prestou vestibular para Música na UFBA e perdeu, porque ele não sabia nada de teoria musical e confessa, não sabe nada até hoje.

“Não esperava este reconhecimento da Universidade” diz o instrumentista virtuose, visivelmente feliz com a honraria.

E é assim que ele se sente aos 70 anos, muito feliz e cada dia realizando mais. “Já estive na Europa quatro vezes este ano, gravei um disco com Yamandu Costa, faremos shows da Cor do Som, vou abrir o show de Maria Bethânia e estou gravando um disco com Marcel Powell, filho de Baden Powell, que se chama “Tributos” e tem o frevo “Taiane” de meu pai. Para ele, tudo isso nada a ver com a imagem de quem faz 70 anos e resolve ficar sentado vendo TV, de chinelos nos pés.

Música trieletrizada

Hoje, com muitas décadas de música nas veias, Armandinho reflete sobre o gênero musical que ele e sua família acabaram criando, batizado por Caetano Veloso de “trieletrizado”. “O som que fazemos e fizemos nos anos 70/80/90 é tão característico, é nosso rock. Eu não tinha consciência disso, que tínhamos criado uma linguagem como o samba, o choro. Agora essa linguagem trieletrizada é ensinada na Escola Irmãos Macedo, declara o homenageado. Presente do jantar comemorativo, o cantor e compositor Gerônimo Santana completa com uma declaração a noção da importância do legado do artista: “Armando Macedo é um instrumento nas mãos de Deus, uma expressão barroca eletrizada, é o barroco do século 21”.

Sávio Assis hoje tem 25 anos e é o único aluno de guitarra de Armandinho Macedo, o que para ele é uma verdadeira honra. O encontro dos dois guitarristas aconteceu quando Armandinho recebeu um vídeo com um garotinho de apenas quatro anos tocando uma guitarra de papelão, exatamente do mesmo jeito que Armandinho tocava. O garoto via Armandinho na TV e imitava. Não deu outra, desde os 13 anos Sávio aprende guitarra baiana com os irmãos Macedo.

“Me sinto fazendo parte da terceira geração da família Macedo, dando seguimento a este legado passado de pai para filho”, diz Sávio orgulhoso.

Chamado para fazer o discurso oficial da noite, Clarindo Silva subiu ao palco para consagrar a comemoração dupla.

“A benção de fazer 70 anos e a concessão do título, que é nada mais, nada menos que o reconhecimento desta figura musical que nasceu fazendo música e que está recebendo a homenagem em vida, para continuar lutando por tudo que acredita. Armandinho é um exemplo de vida para as novas gerações” decretou Clarindo,

O Boteco do Viajante fica na Rua Maciel de Baixo, 15, Pelourinho.

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