Em luta contra imprensa sensacionalista, príncipe Harry depõe em processo contra tablóide inglês

Harry considera a mídia responsável pela morte de sua mãe Diana, que estava sendo perseguida por paparazzi, em Paris, quando foi vítima de um acidente de carro.
Harry considera a mídia responsável pela morte de sua mãe Diana, que estava sendo perseguida por paparazzi, em Paris, quando foi vítima de um acidente de carro.

O príncipe Harry chegou a Suprema Corte de Londres na manhã de terça-feira (06/06/2023) para depor contra tablóides acusados de piratear mensagens de voz. A última vez que um membro da família real britânica compareceu diante da Justiça foi há mais de um século.

O duque de Sussex, de 38 anos, chegou ao tribunal em um carro preto e entrou no prédio sem falar com os repórteres que o esperavam.

Exilado na Califórnia com sua esposa Meghan, o filho mais novo do rei Charles III iniciou uma série de processos judiciais contra jornais britânicos.

A presença do príncipe no processo contra empresa editora do Daily Mirror confere um peso midiático considerável à sua luta contra a imprensa sensacionalista. Harry considera a mídia responsável pela morte de sua mãe Diana, que estava sendo perseguida por paparazzi, em Paris, quando foi vítima de um acidente de carro, em 1997. Ele também acusa os jornalistas de assédio contra Meghan.

O príncipe havia sido convocado na segunda-feira (05/06/2023), mas não compareceu alegando que o segundo aniversário de sua filha, Lilibet, no domingo (4), não permitiu que ele pegasse o avião a tempo, em Los Angeles. O juiz Timothy Fancourt não escondeu sua insatisfação na segunda-feira, dizendo que estava “um pouco surpreso” e sugerindo tensões com Harry.

Vítima de invasões da imprensa

No julgamento, que começou no mês passado, o príncipe acusa a empresa editora do Daily Mirror de usar meios ilícitos para coletar informações, incluindo hacking de mensagens de voz, entre 1996 e 2010.

A última vez que um membro da família real compareceu diante de um tribunal foi em 1891, quando Eduardo VII participou de um julgamento por difamação.

Descrevendo as denúncias do príncipe, seu advogado afirmou que o grupo de mídia usou os serviços de “pelo menos 30 investigadores particulares”.

Harry foi vítima de coleta ilegal de dados “desde a infância na escola” até a idade adulta, denunciou seu advogado David Sherborne na segunda-feira, acrescentando que “nada era (considerado) sagrado ou fora dos limites”.

“Nenhum aspecto da vida do jovem príncipe foi protegido” das invasões da imprensa, disse o advogado, citando em particular suas relações amorosas e uma discussão com seu irmão William.

No início do julgamento, o Mirror Group Newspapers (MGN) – que além do Daily Mirror publica o Sunday Mirror e o Sunday People – emitiu um pedido de desculpas “sem reservas”, reconhecendo “algumas evidências” de coleta ilegal de notícias. Já o advogado da editora, Andrew Green, rejeitou as acusações de interceptação de mensagens de voz.

“Simplesmente não há evidências para concluir que o duque de Sussex foi hackeado”, afirmou.

Desavença com a família

A última aparição do príncipe Harry no Reino Unido remonta a sua viagem turbulenta para a coroação de seu pai, em 6 de maio. Ele se afastou de Charles e do irmão William, o herdeiro da coroa, criticados em suas memórias publicadas em janeiro.

O rei britânico está em visita privada à Romênia e uma reconciliação parece improvável.

No final de março, Harry surpreendeu ao comparecer à Suprema Corte- mas entre o público – por ocasião de uma audiência preliminar contra a ANL, editora do Daily Mail, acusada dos mesmos métodos por uma série de personalidades, incluindo o cantor Elton John.

Duas semanas atrás, o príncipe inglês perdeu o processo no qual pedia proteção policial sempre que viajar ao Reino Unido.

O porta-voz de Harry e Meghan afirmou no mês passado que o casal havia sido “perseguido” em Nova York por “paparazzi muito agressivos”. Um episódio que reavivou a memória da morte de Diana e que mostra a tensão entre Harry e a imprensa.

*Com informações da RFI.

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