Na terça-feira (16/01/2024), o Iraque expressou veementemente sua condenação a uma “agressão” contra sua soberania, após o Irã lançar mísseis mortais na região autônoma do Curdistão. A Guarda Revolucionária alegou que o ataque visava destruir a “sede dos espiões do regime sionista (Mossad)”. Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores iraquiano convocou seu embaixador em Teerã para consultas, referindo-se aos ataques que resultaram em vítimas na cidade de Erbil.
Os mísseis atingiram um quartel-general, que, segundo o Irã, estava sendo usado por Israel, e também direcionaram-se a uma reunião de grupos terroristas anti-iranianos. O governo em Bagdá condenou veementemente a ação como uma violação à soberania e à segurança do Iraque, ordenando a formação de uma comissão de inquérito para desmentir as alegações feitas pelos responsáveis pelos ataques.
A tensão na região já estava palpável devido ao conflito em Gaza entre Israel e o Hamas palestino. O Iraque, enquanto importante aliado político de Teerã e parceiro dos Estados Unidos, encontra-se em um delicado equilíbrio, enfrentando ataques de grupos pró-iranianos. A França condenou as “violações inadmissíveis” da soberania iraquiana, enquanto os Estados Unidos destacaram a imprecisão dos ataques.
Diplomatas iranianos justificaram os ataques como uma “operação precisa e direcionada”, visando a sede dos “criminosos”. O governo iraquiano, por sua vez, negou qualquer ligação oficial com Israel, apesar de contatos informais no passado. Os ataques resultaram na morte de pelo menos quatro civis, incluindo o magnata do setor imobiliário Peshraw Dizayee, sua esposa e outros membros de sua família.
O Irã afirmou que o ataque foi uma retaliação aos recentes ataques, atribuídos a Israel, que mataram comandantes da Guarda Revolucionária e líderes do “eixo de resistência”. A série de eventos, incluindo assassinatos de líderes e ataques terroristas, contribui para a crescente instabilidade na região do Oriente Médio.
*Com informações da RFI.
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