Nesta terça-feira (27/06/2023), durante o segundo dia de julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente Jair Bolsonaro admitiu que há uma “tendência” de se tornar inelegível, mas afirmou que continua “imbrochável até que se prove o contrário”. Em uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Bolsonaro ressaltou que não vai se desesperar diante dessa perspectiva.
“A tendência, o que todo mundo diz, é que vou me tornar inelegível. Eu não vou me desesperar. O que eu posso fazer? Eu sou imbrochável até que se prove o contrário. Vou continuar fazendo a minha parte”, declarou o ex-presidente.
Bolsonaro também abordou as invasões aos prédios dos três Poderes em Brasília, criticando o fato de o TSE ter incluído esse episódio no julgamento. Ele fez referência ao Partido dos Trabalhadores (PT) ao justificar a escolha de pessoas para seu governo.
“Desde janeiro de 2019, falaram que eu ia dar o golpe: ‘Vai dar o golpe, vai dar o golpe’. ‘Olha, botou militar’. Eu botei gente que era do meu círculo de amizade. Se eu fosse petista, ia botar ladrões lá”, afirmou Bolsonaro.
Ao mesmo tempo, o ex-presidente admitiu que sua esposa, Michelle Bolsonaro, poderia se candidatar, mas destacou que sua habilidade é ser uma “cabo eleitoral” eficiente.
“Se ela quiser, ela pode sair candidata. Mas o que eu converso com a Michelle é que ela não tem experiência. Ser prefeito de uma cidade pequena já não é fácil. Lidar com 594 parlamentares [entre deputados e senadores] também não é fácil. Eu acredito que ela não tem experiência para isso. Mas ela é uma excelente cabo eleitoral.”
Quando questionado sobre outro possível candidato à presidência caso se torne inelegível, o jornal menciona Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo. Bolsonaro respondeu que ele seria um excelente nome, mas que precisaria conversar com ele. No entanto, revelou ter uma “bala de prata”, sem revelar detalhes.
“Ele [Tarcísio] é um excelente gestor. […] Teria que conversar com ele.” Quando indagado sobre quem seria o candidato caso não fosse o governador, Bolsonaro afirmou: “Tenho uma bala de prata, mas não vou te dizer para você não ficar perturbando, no bom sentido. Eu tenho a bala de prata, mas não vou revelar.”
O ex-presidente também mencionou a possibilidade de deixar o país, dependendo do resultado do julgamento no TSE. Segundo ele, recebeu um convite para trabalhar nos Estados Unidos como “garoto propaganda”.
“Eu tenho um convite para trabalhar nos Estados Unidos. Lá vivem, eu calculo, 1,4 milhão de brasileiros. Não sei o número exato. Fui convidado para ser garoto propaganda lá. De venda de imóveis. […] Fui a uma hamburgueria e encheu de gente. Eu comi de graça. O meu cachê foi comer de graça”, revelou.
O TSE retomou nesta terça-feira (27) o julgamento da ação que poderá tornar Jair Bolsonaro inelegível por oito anos. A sessão da Corte Eleitoral, marcada para às 19h00, iniciou com a leitura do voto do relator, ministro Benedito Gonçalves.
*Com informações da Sputnik.
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