O Estado Palestino | Por Luiz Holanda

Durante a noite, ataques de Israel continuam com mísseis em Gaza.
Durante a noite, ataques de Israel continuam com mísseis em Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas reacendeu a necessidade da criação de um Estado Palestino para que haja paz no oriente médio. Tudo teve início com a conquista da palestina pelos israelitas entre 1200-1250 AC, sob a inspiração de Abraão, que recebera do Senhor a promessa de uma Terra para seu povo, chamada então de Terra Prometida. Para os judeus é uma verdade histórica sob inspiração divina, fora de discussão. Mais ou menos em 1010 Davi tomou dos Jebuseus sua capital (antiga Salem, de Melquizedec, e a chamou de Jerusalém, fundando o reino de Israel. Talvez por isso Israel se ache o dono de toda a terra antigamente denominada de Canaã.

Outro povo que também existia na região na mesma data dos judeus é o povo palestino, uma combinação de diferentes grupos étnicos e culturais que ali habitavam e ainda habitam ao longo dos séculos, incluindo os descendentes dos hebreus e de outros povos semitas, como os cananeus mencionados na Bíblia. De acordo com a Bíblia, os hebreus eram um povo seminômade, que se estabeleceu e se fixou na região da Palestina, cuja história é narrada no livro sagrado do judaísmo, que descreve sua trajetória desde a liderança de Moisés até a conquista da terra prometida.

Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou um plano de partilha da Palestina, prevendo a criação de dois Estados: um judeu e outro palestino. A recusa árabe em aceitar a decisão conduziu ao primeiro conflito entre Israel e países árabes. Com o início da Nakba – a grande catástrofe – após a criação do Estado israelense, teve início uma política sionista-colonialista de limpeza étnica, levando milhões de palestinos ao exílio, representando, ainda hoje, o maior contingente de refugiados do planeta.

Os acontecimentos que impactaram o mundo no dia 7 de outubro fazem parte dessa história de violências, opressões e omissões. Ao completar 75 anos de existência, Israel registra uma ocupação que aprofunda a segregação e o Apartheid, com muros, checkpoints (controles que cerceiam o direito de ir e vir dos palestinos) e, especialmente em relação a Gaza, um cerco que a imprensa mundial diz ser a maior prisão a céu aberto do mundo.

A constante negativa de Israel em cumprir as Resoluções da ONU aprovadas pela Assembleia Geral, pelo Conselho de Segurança e pelo Conselho de Direitos Humanos – sem sofrer nenhuma sanção-,  agrava-se pelo não cumprimento dos acordos de Paz de Oslo – (que já eram limitantes) e que este ano completam 30 anos. Tudo isso vem contribuindo para construir a terrível cena que estamos vendo, com remoção forçada de milhões de palestinos e mortes indiscriminadas de milhares de crianças.

Tanto os judeus como os palestinos precisam ter esperança e perspectiva sobre seus futuros. Os últimos acontecimentos em Israel e na Palestina demonstram que os palestinos vivem num vasto matadouro esperando por um Estado que parece não vir nunca.

*Luiz Holanda, advogado e professor universitário.

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Sobre Luiz Holanda 476 artigos
Luiz Holanda é advogado e professor universitário, possui especialização em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (SP); Comércio Exterior pela Faculdades Metropolitanas Unidas de São Paulo; Direito Comercial pela Universidade Católica de São Paulo; Comunicações Verbais pelo Instituto Melantonio de São Paulo; é professor de Direito Constitucional, Ciências Políticas, Direitos Humanos e Ética na Faculdade de Direito da UCSAL na Bahia; e é Conselheiro do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/BA. Atuou como advogado dos Banco Safra E Econômico, presidiu a Transur, foi diretor comercial da Limpurb, superintendente da LBA na Bahia, superintendente parlamentar da Assembleia Legislativa da Bahia, e diretor administrativo da Sudic Bahia.

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