
A guerra entre Israel e o Hamas reacendeu a necessidade da criação de um Estado Palestino para que haja paz no oriente médio. Tudo teve início com a conquista da palestina pelos israelitas entre 1200-1250 AC, sob a inspiração de Abraão, que recebera do Senhor a promessa de uma Terra para seu povo, chamada então de Terra Prometida. Para os judeus é uma verdade histórica sob inspiração divina, fora de discussão. Mais ou menos em 1010 Davi tomou dos Jebuseus sua capital (antiga Salem, de Melquizedec, e a chamou de Jerusalém, fundando o reino de Israel. Talvez por isso Israel se ache o dono de toda a terra antigamente denominada de Canaã.
Outro povo que também existia na região na mesma data dos judeus é o povo palestino, uma combinação de diferentes grupos étnicos e culturais que ali habitavam e ainda habitam ao longo dos séculos, incluindo os descendentes dos hebreus e de outros povos semitas, como os cananeus mencionados na Bíblia. De acordo com a Bíblia, os hebreus eram um povo seminômade, que se estabeleceu e se fixou na região da Palestina, cuja história é narrada no livro sagrado do judaísmo, que descreve sua trajetória desde a liderança de Moisés até a conquista da terra prometida.
Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou um plano de partilha da Palestina, prevendo a criação de dois Estados: um judeu e outro palestino. A recusa árabe em aceitar a decisão conduziu ao primeiro conflito entre Israel e países árabes. Com o início da Nakba – a grande catástrofe – após a criação do Estado israelense, teve início uma política sionista-colonialista de limpeza étnica, levando milhões de palestinos ao exílio, representando, ainda hoje, o maior contingente de refugiados do planeta.
Os acontecimentos que impactaram o mundo no dia 7 de outubro fazem parte dessa história de violências, opressões e omissões. Ao completar 75 anos de existência, Israel registra uma ocupação que aprofunda a segregação e o Apartheid, com muros, checkpoints (controles que cerceiam o direito de ir e vir dos palestinos) e, especialmente em relação a Gaza, um cerco que a imprensa mundial diz ser a maior prisão a céu aberto do mundo.
A constante negativa de Israel em cumprir as Resoluções da ONU aprovadas pela Assembleia Geral, pelo Conselho de Segurança e pelo Conselho de Direitos Humanos – sem sofrer nenhuma sanção-, agrava-se pelo não cumprimento dos acordos de Paz de Oslo – (que já eram limitantes) e que este ano completam 30 anos. Tudo isso vem contribuindo para construir a terrível cena que estamos vendo, com remoção forçada de milhões de palestinos e mortes indiscriminadas de milhares de crianças.
Tanto os judeus como os palestinos precisam ter esperança e perspectiva sobre seus futuros. Os últimos acontecimentos em Israel e na Palestina demonstram que os palestinos vivem num vasto matadouro esperando por um Estado que parece não vir nunca.
*Luiz Holanda, advogado e professor universitário.
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