Em uma cerimônia realizada em Belém nesta terça-feira (26/03/2024), os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da França, Emmanuel Macron, anunciaram um programa conjunto de investimentos no valor de € 1 bilhão (aproximadamente R$ 5,4 bilhões) destinado a projetos de bioeconomia na Amazônia Legal brasileira e na Amazônia da Guiana Francesa. O plano, parte integrante do Plano de Ação sobre a Bioeconomia e a Proteção das Florestas Tropicais assinado por ambos os países, tem como objetivo angariar os recursos necessários para investimentos públicos e privados em bioeconomia ao longo dos próximos quatro anos.
Durante o encontro, Lula enfatizou o compromisso do Brasil com a preservação da Amazônia, convocando outras nações a contribuírem para esse esforço e destacando a importância da cooperação internacional. Macron, por sua vez, elogiou os esforços do governo brasileiro na proteção do ecossistema amazônico e expressou otimismo em relação aos investimentos planejados. O programa prevê uma série de iniciativas, incluindo diálogo entre as administrações francesa e brasileira, parcerias entre bancos públicos, nomeação de coordenadores especiais para empresas inovadoras, acordo científico e investimento em pesquisa e tecnologia.
Além do programa de bioeconomia, os presidentes também firmaram um acordo relacionado à ambição climática, com o objetivo de combater o greenwashing no mercado voluntário de carbono e avançar nas negociações sobre o Artigo 6 do Acordo de Paris até a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2024. O encontro contou com a presença de representantes de diversos setores da sociedade, incluindo a ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajajara, que destacou o caráter inclusivo e intergeracional do compromisso firmado entre os dois países.
A bioeconomia na Amazônia surge como uma alternativa sustentável de desenvolvimento econômico e social, baseada no uso racional dos recursos naturais renováveis e na preservação da integridade da floresta. Através de práticas como o extrativismo sustentável, agricultura consciente, manejo florestal e biotecnologia, espera-se promover a transição para modelos energéticos de baixo carbono, valorizar a biodiversidade, reduzir o desmatamento e as desigualdades socioeconômicas, além de contribuir para mitigar as emissões de gases de efeito estufa e conservar o solo e os recursos naturais da região.
*Com informações da Sputnik News.
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