O cenário de disputa nas Eleições 2024 entre José Ronaldo, Zé Neto e Pablo Roberto pelo comando da Prefeitura de Feira de Santana

Três líderes políticos disputam o comando da Prefeitura de Feira de Santana nas Eleições de 2024: José Ronaldo, Zé Neto e Pablo Roberto.
Três líderes políticos disputam o comando da Prefeitura de Feira de Santana nas Eleições de 2024: José Ronaldo, Zé Neto e Pablo Roberto.

O contexto político em Feira de Santana torna-se cada vez mais intenso com a disputa nas Eleições de 2024. Três personalidades proeminentes emergem como protagonistas nesse cenário: José Ronaldo de Carvalho (Zé Ronaldo, União Brasil), José Cerqueira Neto (Zé Neto, PT) e Pablo Roberto (PSDB), todos almejando assumir o comando da Prefeitura de Feira de Santana. Esta eleição promete ser não apenas uma batalha pela liderança municipal, mas também um reflexo das dinâmicas políticas e sociais que moldam a cidade e a região em seu entorno. Com agendas distintas e apoios diversos, cada candidato busca conquistar o eleitorado e deixar a marca na história política da população feirense.

Principal liderança na disputa

Durante encontro suprapartidário com cerca de 10 legendas, realizado no Teatro da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) nesta terça-feira (16/04/2024), Zé Ronaldo confirmou pré-candidatura a prefeito de Feira de Santana nas Eleições 2024.

Com uma trajetória política marcada por quatro mandatos como prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo emerge como uma personalidade influente na região. Seus períodos de gestão, abrangendo os anos de 2001 a 2008 e de 2013 a 2018, solidificaram sua posição como um líder reconhecido pela comunidade.

No entanto, agora, ao buscar mais uma vez a chefia do Paço Municipal Maria Quitéria, sede da Prefeitura, Ronaldo enfrenta um desafio considerável. O caminho rumo à eleição é obstaculizado pela determinação do governador Jerônimo Rodrigues (PT) em derrotá-lo, materializada na pré-candidatura do aliado político deputado federal José Cerqueira Neto (Zé Neto, PT).

Em resposta à máquina política do Estado e do Governo Federal, cujo comando principal recai sobre o presidente Lula (PT), José Ronaldo tem intensificado as interações com a população, mantendo uma agenda extensa que cobre os três turnos do dia.

Apesar do desafio iminente, o cenário político local permanece favorável ao político de Direita. Ele conta com o apoio da maioria dos vereadores candidatos à reeleição e tem sido impulsionado pelo avanço do conservadorismo na cidade, conforme apontado pela pesquisa Bahia Notícias/Séculus (Registro nº BA-07858/2024), que o coloca na liderança das intenções de voto tanto na citação espontânea quanto na estimulada.

O principal opositor

Contra esse cenário, existe o posicionamento do principal opositor de José Ronaldo, o deputado federal Zé Neto. Ele conta com o apoio de ex-aliados do Ronaldismo, a exemplo da vereadora Eremita Mota (PP), presidente do legislativo municipal e do empresário Yuri Guimarães, presidente municipal do Partido Progressistas, além de outros. Somado a esses fatores, sob a liderança do pré-candidato à prefeito pelo Partido dos Trabalhadores, outras oito legendas firmaram aliança para disputar o comando do Paço Maria Quitéria.

O deputado federal também tem o apoio de três secretário estaduais residentes em Feira de Santana, Felipe Freitas, Justiça; Roberta Santana, Saúde; e Angelo Almeida (PSB), secretário de Desenvolvimento Econômico e deputado estadual licenciado.

A projeção da pré-candidatura de Zé Neto em Feira de Santana se fortalece principalmente devido à influência do governo estadual, liderado por Jerônimo Rodrigues. O respaldo do próprio governador evidencia o apoio substancial por trás da candidatura. Além disso, para os petistas, a estratégia inclui figuras proeminentes como o senador Jaques Wagner e o ministro Rui Costa, que desempenham papéis cruciais no respaldo ao deputado federal. Essa conjunção de forças políticas estaduais destaca o alcance e a importância da candidatura de Zé Neto no contexto político estadual pelo fato de Feira de Santana ter o segundo maior colégio eleitoral da Bahia.

A candidatura de Zé Neto recebe um impulso adicional com a pré-candidatura à prefeito do deputado estadual Pablo Roberto, representante do PSDB. Fator que contribui para a possibilidade de uma eleição em dois turnos, situação que pode vir a ser a primeira tendo José Ronaldo como candidato a prefeito.

Neste cenário, o governador da Bahia expressou intenção de dialogar com o parlamentar objetivando possível composição ou aliança política. Surge então a incerteza sobre o potencial de transferência de votos por parte de Pablo para um candidato que se oponha a José Ronaldo. Além disso, paira a dúvida sobre a disposição de Pablo em superar a rivalidade pessoal com Zé Neto, fato que o levou a deixar o Partido dos Trabalhadores para se alinhar à terceira gestão de José Ronaldo como prefeito de Feira de Santana.

Em busca da viabilidade de uma terceira via

Pablo Roberto (PSDB) busca consolidar sua liderança como uma terceira via política, oferecendo uma alternativa ao cenário de polarização entre direita e esquerda que dominou a política local nos últimos 24 anos sob o chamado “Ronaldismo”. No entanto, uma análise dos padrões históricos das Eleições Municipais em Feira de Santana revela que os eleitores tendem a polarizar a escolha, dificultando a inserção de um terceiro nome na disputa.

Os principais desafios enfrentados por Pablo Roberto são claros: em primeiro lugar, ele precisa manter e, ou ampliar a intenção de voto atual, pois a tendência do voto útil geralmente diminui o apoio ao terceiro colocado, à medida que os eleitores se inclinam para candidatos com maior expectativa de poder. Além disso, é crucial para ele manter uma candidatura coesa e, ao mesmo tempo, garantir a eleição de uma bancada significativa de dois a quatro vereadores, a fim de fortalecer sua presença política e sua capacidade de influenciar decisões no âmbito municipal.

Poder final

O futuro político de Feira de Santana permanece incerto, sujeito a inúmeros fatores que podem influenciar o desfecho da disputa pelo Poder Municipal.

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Sobre Carlos Augusto, diretor do Jornal Grande Bahia 10877 artigos
Carlos Augusto é Mestre em Ciências Sociais, na área de concentração da cultura, desigualdades e desenvolvimento, através do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pela Faculdade de Ensino Superior da Cidade de Feira de Santana (FAESF/UNEF) e Ex-aluno Especial do Programa de Doutorado em Sociologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atua como jornalista e cientista social, é filiado à Federação Internacional de Jornalistas (FIJ, Reg. Nº 14.405), Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ, Reg. Nº 4.518) e a Associação Bahiana de Imprensa (ABI Bahia), dirige e edita o Jornal Grande Bahia (JGB), além de atuar como venerável mestre da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Maçônica ∴ Cavaleiros de York.

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