O empresariado nas Eleições 2024 | Por Luiz Holanda

Eleições 2024.

As interações entre a esfera econômica e governamental exigem a presença do empresariado nas eleições municipais deste ano. A classe é heterogênea, composta por um conjunto diversificado de proprietários, dirigentes de empresas de diversos setores e do grande capital, além dos líderes de entidades representativas dos múltiplos setores comerciais e industriais. O papel de representação política que a classe pode representar é amplo, pois o poder de influência do setor permite sua participação em processos decisórios, bem como participar das articulações governamentais e  de organização de interesses econômicos, apesar das diversificações.

A quantidade de dinheiro circulante e o número de empregos gerados pelo setor reforçam o argumento acerca da influência, interesse e capacidade de agência que diferentes organizações econômicas possuem na esfera política. Em janeiro de 2018, em apoio à campanha de Jair Bolsonaro, foi criado o Movimento Brasil 200, o qual reunia uma série de líderes dos mais diferentes setores da economia para apoiar o ex-deputado ao pleito presidencial.

O posicionamento e a influência dos empresários nos processos institucionais e de representação demonstram o relevante papel que o setor possui ao agir em prol de uma agenda de austeridade, reforma trabalhista e demais demandas que devem ser atendidas pelo estado. Assim, seja qual for a eleição (federal, estadual ou municipal), é fundamental considerar sua forma de interação nos destinos da coletividade. O consenso é que, atualmente, há poucos representantes legítimos do empresariado nos legislativos e executivos municipais. A necessidade de reduzir impostos, oferta de crédito, geração de empregos, proteção do micro e pequeno empresário e a valorização de quem carrega e sustenta o país, levam o empresariado a participar das disputas eleitorais.

Para tanto, a necessidade de pessoas com experiência, que já passaram por todas as etapas da criação de um negócio, que conheça os altos e baixos da gestão de uma empresa e que saibam gerenciar pessoas, é fundamental para a postulação de uma candidatura pelo setor. Essa participação é boa para o segmento que ganha defensores das bandeiras do empreendedorismo que vai gerar mais emprego e renda para a população.

Aqui na Bahia o setor varejista da classe empresarial já tem o seu candidato a vereador pela capital. Trata-se do empresário varejista Walter Queiroz, proprietário de uma rede de óticas em Salvador e formado em Administração de Empresas pela Faculdade Visconde de Cairu. Walter Queiroz filiou-se ao PRN em dezembro de 1993, sendo lançado candidato à Presidência da República em 1994. Seus principais projetos de campanha eram o imposto único e a construção de casas populares em todos os Estados para beneficiar as famílias com renda de até 3 salários mínimos, e a participação do Estado em apenas três setores (educação, saúde e segurança). Na época sua candidatura visava desenvolver e expandir o recente PRN.

Segundo Queiroz, a cidade precisa do empresariado, que certamente ajudará a livrá-la de oportunistas. Combustível para isso tem, além do planejamento. Está se lançando pelo PMDB, que tem um vice-governador e vários deputados federais e estaduais. Os assuntos em destaque que a classe pretende desenvolver abrangem a saúde, educação, crescimento econômico redução de impostos, geração de emprego e reforma tributária. Os empresários reconhecem a relevância de ter um representante na Câmara de Vereadores, tanto para a classe como para o estado e para o país.  Daí a escolha de Walter Queiroz representando o comércio varejista. Será candidato pelo PMDB.

*Luiz Holanda, advogado e professor universitário.

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Sobre Luiz Holanda 477 artigos
Luiz Holanda é advogado e professor universitário, possui especialização em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (SP); Comércio Exterior pela Faculdades Metropolitanas Unidas de São Paulo; Direito Comercial pela Universidade Católica de São Paulo; Comunicações Verbais pelo Instituto Melantonio de São Paulo; é professor de Direito Constitucional, Ciências Políticas, Direitos Humanos e Ética na Faculdade de Direito da UCSAL na Bahia; e é Conselheiro do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/BA. Atuou como advogado dos Banco Safra E Econômico, presidiu a Transur, foi diretor comercial da Limpurb, superintendente da LBA na Bahia, superintendente parlamentar da Assembleia Legislativa da Bahia, e diretor administrativo da Sudic Bahia.

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