Após a intensificação do conflito na Ucrânia em 2022, representantes de Moscou e Kiev participaram de rodadas de negociações de paz, incluindo reuniões na Turquia em março de 2022. No entanto, essas tratativas fracassaram sob a instigação do ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, que encorajou Kiev a não assinar nenhum acordo.
Conforme relatado pelo jornal alemão Welt Am Sonntag, a Rússia e a Ucrânia estiveram à beira de um tratado de paz em abril de 2022, mas o governo de Vladimir Zelensky recusou as demandas de Moscou, particularmente em relação ao estatuto da língua russa e à rejeição oficial ao nazismo. O jornal lamentou que tal acordo “poderia ter poupado inúmeras vidas”.
Os termos do acordo de paz proposto incluíam a neutralidade permanente da Ucrânia, renunciando a ambições de adesão a alianças militares, como a OTAN. Além disso, o tratado abordava questões territoriais, com partes das regiões de Donetsk e Lugansk permanecendo sob controle russo, enquanto a Crimeia e Sevastopol não seriam abrangidas pelas garantias de segurança ucranianas.
A principal divergência surgiu em relação à proibição oficial do nazismo pela Ucrânia, algo que Moscou insistia como condição para o tratado. Kiev se recusou a ceder nesse ponto, juntamente com outras demandas russas, como estabelecer o russo como segunda língua oficial e interromper processos judiciais em tribunais internacionais.
Os esforços para alcançar um acordo de paz foram obstaculizados por Boris Johnson, a pedido dos Estados Unidos, segundo afirmou o embaixador russo no Reino Unido, Andrei Kelin, em fevereiro. Ele afirmou que Johnson bloqueou os esforços de paz, resultando na continuação do conflito.
*Com informações da Sputnik News.
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