No hangar da fabricante Embraer, situado em São José dos Campos, interior de São Paulo, uma atmosfera de produtividade preenche o ambiente. Três jatos E195-E2 repousam, prontos para alçar voo. Destes, apenas um está destinado a transportar passageiros no Brasil, enquanto os demais seguem rumo ao Canadá e Espanha.
A fábrica, que anteriormente só abria suas portas para cerimônias de entrega, agora se prepara para um fluxo contínuo de produção. Até o final de 2024, está prevista a entrega de 80 jatos comerciais no mesmo espaço. Este aumento na atividade fabril coincide com uma robusta carteira de pedidos, indicando um momento promissor para a empresa. Como resultado, a Embraer projeta a contratação de aproximadamente 900 novos funcionários.
Esse cenário otimista representa uma virada significativa em relação aos desafios enfrentados pela empresa em 2020, quando a Embraer foi surpreendida pela desistência de compra por parte da Boeing. Na época, a fusão anunciada em 2018 entre as duas gigantes aeronáuticas desmoronou, deixando um vácuo no planejamento estratégico da empresa brasileira. No entanto, sob a liderança de Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer, a empresa ressurgiu com uma abordagem renovada, focada na eficiência operacional e no aumento das vendas.
A recente cerimônia de entrega de um jato E195-E2 à companhia aérea Azul foi marcada pela presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que destacou a importância do setor aéreo para a inclusão social e prometeu investimentos em infraestrutura aeroportuária para impulsionar o turismo regional.
A ascensão da Embraer não se limita apenas à sua própria produção, mas também tem implicações positivas para a indústria nacional de componentes. O aquecimento do mercado tem gerado um aumento na demanda por peças e serviços relacionados à aviação, estimulando o crescimento e a contratação em empresas fornecedoras.
No entanto, apesar dos sinais encorajadores de recuperação, desafios persistem no horizonte. O setor aéreo enfrenta obstáculos como o aumento do preço do combustível e o endividamento das empresas, que podem impactar negativamente a sustentabilidade do crescimento.
*Com informações do DW.
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