A cidadela de Salvador

Baiano de Salvador, Juarez Duarte Bomfim é sociólogo e mestre em Administração pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), doutor em Geografia Humana pela Universidade de Salamanca, Espanha; e professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)
Baiano de Salvador, Juarez Duarte Bomfim é sociólogo e mestre em Administração pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), doutor em Geografia Humana pela Universidade de Salamanca, Espanha; e professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)

Nascida como cidade fortaleza e fustigada por toda a primeira metade do século XVII pelos invasores holandeses, construiu-se em Salvador todo um sistema de fortificações para proteção da cidade, principalmente das investidas pelo mar.

Na barra da imensa boca do “grande golfão” que é a Baía de Todos os Santos, está situado o Forte de Santo Antônio da Barra, que “resistiu bravamente, somente caindo quatro dias depois do assédio” holandês contra Salvador, em 1624; próximo a este, ainda na entrada da barra, estão os fortes de Santa Maria, de 1609 e de São Diogo (anterior a 1638); em seguida, “ao longo da margem da baía, sob a encosta onde a cidade está pendurada”, encontra-se a bateria de São Paulo da Gamboa; “o porto é defendido pela fortaleza redonda erguida no meio sobre um rochedo, conhecida sob os nomes de Forte São Marcelo ou Forte do Mar”, de 1623.

Uma série de outros fortes se escalonam em seguida: São Francisco, Santo Alberto (1583), São Fernando, Lagartixa, Jequitaia e Monte Serrat, construído a partir de 1583, situado na extremidade oposta à barra, onde o comandante holandês Van Dorth foi morto, numa emboscada.

Do lado da terra foram construídos o Forte de São Pedro (1723) e a Casa da Pólvora, na parte sul da cidade; ao norte edificaram-se o Forte do Barbalho e a Fortaleza de Santo Antônio Além do Carmo, assegurando assim a proteção da cidadela, porque do lado interior na direção leste encontra-se o dique do Tororó, um lago artificial “em forma de crescente que rodeia três quartos da cidade”.

O crescimento espacial de Salvador passa é de forma radioconcêntrica e compacta, tendo em vista os limites à expansão: ao lado leste, é ocupada a segunda cumeada, com o povoamento dos novos bairros de Palma, Santana e Saúde, até os limites do novo dique do Tororó. Os principais fatores dessa ocupação foram o abandono do dique holandês, a implantação de quartéis, assim como a construção dos novos conventos, sobretudo os femininos (Desterro e Lapa).

Tanto para o norte como para o sul, a área mais densa ia até os fortes que defendiam os extremos da cidade: ao norte, os limites dos fortes de Santo Antônio e do Barbalho; e ao sul o conjunto formado pelos fortes de São Pedro e de São Paulo e pela Casa da Pólvora (Aflitos).

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Sobre Juarez Duarte Bomfim 726 artigos
Baiano de Salvador, Juarez Duarte Bomfim é sociólogo e mestre em Administração pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), doutor em Geografia Humana pela Universidade de Salamanca, Espanha; e professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Tem trabalhos publicados no campo da Sociologia, Ciência Política, Teoria das Organizações e Geografia Humana. Diversas outras publicações também sobre religiosidade e espiritualidade. Suas aventuras poético-literárias são divulgadas no Blog abrigado no Jornal Grande Bahia. E-mail para contato: juarezbomfim@uol.com.br.

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