Sérgio Carneiro atribui crise do Democratas pelo fato do partido não ter firmado um projeto nacional

Deputado Sérgio Barradas Carneiro propõe modificação na lei do estupro.
Deputado Sérgio Barradas Carneiro propõe modificação na lei do estupro.

Dando desdobramento à entrevista realizada com o deputado petista Sérgio Carneiro, nesta oportunidade ele procura fazer uma análise, segundo a sua ótica, sobre o que vem acontecendo nos bastidores da política no âmbito estadual, e a crise que se instalou no partido do Democratas não só na Bahia mais em todo o país. O que tem provocado constantes rumores na imprensa sobre a migração de seus militantes para outras agremiações políticas.

Jornal Grande Bahia – Rumores dão conta de que o ex-prefeito José Ronaldo e o ex-governador Paulo Souto (ambos democratas), estão de malas prontas para migrarem para o ninho dos Tucanos, o PSDB. Qual a análise que o senhor faz da atual crise política enfrentada por este partido?

Sérgio Carneiro – O democratas enfrenta uma crise devido ao fato desta agremiação política nunca ter firmado um projeto nacional. E time que não joga não conquista torcida. Eles se contentaram em participar o governo militar até o governo de Lula, sendo este o primeiro em que eles efetivamente não tomaram parte, o que o transformou em um partido de porte médio, que conta apenas com um governador, José Roberto Arruda, de Brasília.

JGB – Atualmente, a disputa do poder político no Brasil está polarizada entre o PT e o PSDB. Como se dá esta relação em nível de Bahia?

Sérgio Carneiro – O PSDB na Bahia vive uma dicotomia política de ser aliado ao partido dos trabalhadores e ter um projeto próprio em nível nacional. Essa ambigüidade tem um preço que podemos apontar como consequência a possível desfiliação de um dos seus principais líderes, o presidente da Assembléia Legislativa da Bahia, deputado Marcelo Nilo.

JGB – Qual a estratégia montada pelo PSDB, na Bahia, com a possível filiação do ex-governador Paulo Souto?

Sérgio Carneiro – Uma das estratégias adotada pelo PSDB é ter em seu quadro político Paulo Souto e lançá-lo como candidato postulante ao cargo de governador da Bahia em 2010. Os tucanos alegam que esta parceria deve respeitar os espaços do Democratas que teria na candidatura de Paulo Souto como uma das suas prioridades, uma vez que o governador Arruda tem as condições próprias para se reeleger. Tanto José Ronaldo quanto Paulo Souto, ambos têm até o mês de setembro para trocarem de partido. A Lei lhes faculta este direito por não serem eles, detentores de mandatos.

JGB – Como o senhor explica o fato do PT ter apoiado o nome do deputado tucano, Marcelo Nilo, para a presidência da Assembléia Legislativa da Bahia?

Sérgio Carneiro – A justificativa dada pelo governador Wagner, para esta tomada de atitude política, é embasada no papel que o deputado Marcelo Nilo vem desempenhando na Assembléia. Que por diversas vezes propiciou ao governo a maioria absoluta das vitórias obtidas nesta casa parlamentar. Demonstrando desta forma, ser uma pessoa leal e que tem trabalhado em favor da reeleição de Wagner.

JGB – Diferentemente do que aconteceu na eleição anterior, o PT parte para disputar a próxima eleição com suas forças fragmentadas no plano estadual?

Sérgio Carneiro – Em 2006, a Bahia tentava virar uma página de sua história política. Pois vivíamos à época a dicotomia do carlismo e anti-carlismo. O que me parece, hoje, é que o sentimento do povo baiano é não homogeneizar nenhuma força política. Todavia, admito ser natural que durante o exercício do poder ocorra algum desgaste de relacionamento. Você tem a influência do projeto nacional nos palanques estaduais, o que significa que muita água vai passar por baixo da ponte até que se arrume ou desarrume aquilo que foi objeto de disputa na eleição passada.

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