Os integrantes da corrente “Esquerda Democrática” do Partido Socialista do Brasil filiaram-se ao PMDB numa solenidade que lotou o Centro Cultural da Câmara de Vereadores, no último sábado. A estimativa é que os atos de filiação prossigam nos próximos dias em todo o estado resultando em mais de 2 mil novos integrantes peemedebistas que formarão a ala mais à esquerda do PMDB. “Ainda não temos o número exato. Só em Ilhéus, por exemplo, estão deixando o PSB cerca de 700 lideranças e militantes”, informou o ex-vereador de Salvador, Sérgio Santana, que já assinou a ficha de ingresso no PMDB.
A decisão do grupo foi motivada pela discordância sobre a forma como o PSB vem sendo conduzido na Bahia. “O partido perdeu o rumo”, disse o ex-vereador e ex-candidato a governador em 2002, Itaberaba Lyra, militante histórico do PSB. “Encontramos no PMDB um partido que aceita, no seu estatuto, a formação de grupos ideológicos. Além disso fomos cordialmente recebidos pelo ministro Geddel e pelo presidente do PMDB, Lúcio Vieira Lima”, completou.
Todas as lideranças socialistas recém filiadas ao PMDB falaram com entusiasmo da candidatura do ministro da Integração nacional, Geddel Vieira Lima ao governo do estado. “É a esperança da Bahia”, resumiu Paulo Mascarenhas, ex-presidente do diretório municipal do PSB de Salvador. “Vamos arregaçar as mangas e trabalhar. “Encontrei no ministro Geddel um homem sério, de palavra, um homem sensato e honrado. Encontrei nele o que não vi em tantos anos de minha militância de esquerda”, discursou Jeane Moraes, que foi candidata a prefeita de Dias D’Ávila.
A solenidade teve um momento simbólico, no qual o ministro Geddel, o prefeito de Salvador, João Henrique, e o presidente do PMDB da Bahia, Lúcio Vieira Lima, homologaram a filiação de nove integrantes da Esquerda Democrática. Participaram do evento lideranças de Salvador, Irará, Curaçá, São Sebastião do Passé, Mata de São João, Vera Cruz, Dias D’Ávila, Catu, Irecê, Ilhéus, Itabuna, Simões Filho, Camaçari, Madre de Deus e Candeias.
Geddel agradece Lula
A solenidade de filiação foi também o primeiro evento do PMDB após o rompimento da aliança do PMDB com o PT da Bahia, firmada desde 2006. O ministro Geddel Vieira Lima discursou sem reportar-se ao assunto. Direcionou sua exposição à importância do ingresso dos socialistas ao PMDB, ao trabalho de fortalecimento do partido na Bahia, às características democráticas da sigla. Falou das necessidades do estado e criticou a atual gestão pelo descaso com a infra-estrutura e com o semi-árido.
“Como é possível um estado que tem mais de 50% do seu território no semi-árido avançar sem um programa claro, definido e exeqüível de desenvolvimento da região, de irrigação, de açudagem e de construção de barreiras?”, questionou. Para Geddel, que presidiu o PMDB da Bahia durante seis anos, o ingresso dos ex-militantes do PSB representa o fortalecimento do partido. “Venham com a capacidade de trabalho, trazer suas ideias para o debate. Venham nos ajudar a trilhar a estrada à qual a Bahia está nos convocando”, disse.
O ministro também enfatizou sua participação no governo do presidente Lula como “uma oportunidade de fazer as coisas acontecerem, de ir trabalhando pelo Brasil, mas tendo como farol a Bahia”. Para ele, tudo que o tem podido realizar em Salvador e na Bahia tem sido “pela vontade política também desse grande brasileiro, desse homem de Estado, que é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A minha gratidão ao presidente da República e reconhecimento de que Sua Excelência tem tido a sensibilidade de conduzir o Brasil rumo à paz social”.
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