“Peão do populismo nacionalista”, Jair Bolsonaro quer livrar Brasil do socialismo, diz Le Monde

Membros da comunidade de Eunápolis saúdam posse de Jair Bolsonaro.
Membros da comunidade de Eunápolis saúdam posse de Jair Bolsonaro.
Cerimônia de posse de Jair Bolsonaro na presidência da República.
Le Figaro e Le Monde destacam dos discursos de Bolsonaro o trecho em que o presidente de extrema direita prometeu libertar o “Brasil do socialismo”.
Membros da comunidade de Eunápolis saúdam posse de Jair Bolsonaro.
Membros da comunidade de Eunápolis saúdam posse de Jair Bolsonaro.

Os jornais franceses analisam nesta quarta-feira (02/01/2018) os dois discursos de Jair Bolsonaro durante a posse, em Brasília. Os pontos que mais chamaram a atenção dos editorialistas na França foram o combate à ideologia de esquerda e ao “politicamente correto”, que deixa o campo aberto para arbitrariedades.

Le Fígaro e Le Monde destacam dos discursos de Bolsonaro o trecho em que o presidente de extrema direita prometeu libertar o “Brasil do socialismo”. Le Monde sublinha, particularmente, o tom conservador em temas como o combate às “ideologias nefastas” que “destroem as famílias” brasileiras.

“Considerado um novo peão do ‘populismo nacionalista’ no tabuleiro do xadrez mundial, Bolsonaro demonstrou, neste primeiro dia de 2019, a mesma retórica agressiva que a maioria de seus pares, glorificando a polícia, atacando o socialismo, desconsiderando os direitos humanos, opondo-se à defesa do meio ambiente e ao desenvolvimento econômico e defendendo os valores judaico-cristãos supostamente prejudicados”, escreve o jornal Le Monde.

Discurso conservador não assusta investidores

Les Echos, o maior diário econômico do país, diz que o presidente de extrema direita, elevado à categoria de “mito” por seus apoiadores, foi direto ao assunto ao pedir o apoio do Congresso para realizar “reformas estruturantes”, destinadas a enterrar vários anos de má governança e corrupção. O jornal assinala que o fato de Bolsonaro gerar questionamentos pela sua personalidade controvertida não assusta a maioria dos investidores, que apostam na política ultraliberal do ministro Paulo Guedes para recuperar a economia. Por enquanto, prevalece o otimismo entre os brasileiros, relata Les Echos.

Em entrevista ao jornal, o embaixador e ex-ministro Rubens Ricupero explica que Bolsonaro vai se alinhar à doutrina de Donald Trump e seguir os passos do presidente americano em tudo o que for possível, ou seja: rejeitar o multilateralismo, a ONU, a OMC e o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas. Ricupero destaca as declarações de Eduardo Bolsonaro, que “dá a impressão de ser uma espécie de canal paralelo com Washington”. Ao analisar os posicionamentos de Eduardo sobre a China, por exemplo, é possível antever um resfriamento das relações políticas entre Brasília e Pequim e até dificuldades no interior do BRICS. O ex-ministro lembra que o Brasil assume em 2019 a presidência do grupo de países emergentes e deve enfrentar um desafio complicado pela falta total de empatia do novo governo com os emergentes.

A publicação Courrier International, que reúne reportagens publicadas na imprensa em todo o mundo, cita que apesar da saudação de Trump a Bolsonaro, o republicano se esquivou da posse, como destacou o Washington Post.

*Com informações da RFI.

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