Durante audiência pública da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado ocorrida nesta quarta-feira (19/06/2019), o senador Angelo Coronel (PP-BA) cobrou de Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública do Governo Bolsonaro, que entregasse o sigilo telemático, com a finalidade de refutar ou comprovar os conteúdos das matérias veiculadas pelo The Intercept Brasil, que indicam conluio com membros do Ministério Público Federal (MPF), no exercício do cargo de juiz federal, durante o processamento e julgamento de ações do Caso Lava Jato.
Sérgio Moro tangenciou e tergiversou ao responder a cobrança de Angelo Coronel declarando não se lembrar do conteúdo das conversas e afirmando que as mensagens foram apagadas dos aplicativos e que os aparelhos telefônicos foram trocados.
Na sequência, em tom irônico, percebendo uma possível mentira do ministro do Governo Bolsonaro, o senador Otto Alencar interveio e pediu paciência aos parlamentares pelas falhas de memória de Sérgio Moro.
CPI adiada
O senador Angelo Coronel, que propôs a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso, deu início à coleta de assinaturas de colegas para a apuração, mas decidiu engavetá-la enquanto aguarda a divulgação de mais conversas entre o então juiz federal e procuradores da Lava Jato.
“Continuamos na busca por esclarecimentos. Não quero e nem farei pré-julgamento, mas é importante, já que ele diz que não há nada de errado, que as partes forneçam acesso às conversas para sabermos a verdade”, escreveu Angelo Coronel. Ele cobrou em audiência no Senado que Moro autorize que o Telegram conceda acesso às suas mensagens arquivadas nos servidores da empresa russa responsável pelo aplicativo.
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