O ministro da Justiça, Sergio Moro, contestou neste domingo (06/10/2019) pelo Twitter a reportagem da Folha de S.Paulo que indica a suposta destinação de dinheiro de caixa dois para abastecer campanhas eleitorais do presidente Jair Bolsonaro e do ministro Marcelo Álvaro Antônio (Turismo), ambos do PSL.
“Bolsonaro fez a campanha presidencial mais barata da história”, afirmou o ministro na rede social. “Manchete da Folha de S.Paulo [sic] de hoje não reflete a realidade.”
De acordo com a reportagem, um depoimento à Polícia Federal e uma planilha apreendida em uma gráfica sugerem que o esquema de candidatas laranjas do PSL de Minas Gerais também beneficiou a campanha de Bolsonaro e do ministro, que na sexta-feira foi indiciado pela polícia.
“Parte dos valores depositados para as campanhas femininas, na verdade, foi usada para pagar material de campanha de Marcelo Álvaro Antônio e de Jair Bolsonaro”, afirmou o ex-assessor do ministro, Haissander Souza de Paula. Já a planilha “MarceloAlvaro.xlsx” faz referência ao fornecimento de material eleitoral para a campanha presidencial.
Suposto esquema
A Folha revelou, em reportagens publicadas desde o início de fevereiro, a existência de um esquema de desvio de verbas públicas de campanha do PSL em 2018, que destinou para fins diversos recursos que, por lei, deveriam ser aplicados em candidaturas femininas do partido.
Álvaro Antônio, deputado federal mais votado em Minas Gerais, foi coordenador no estado da campanha presidencial de Bolsonaro.
O ministro foi indiciado pela Polícia Federal e denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais na última sexta (4) sob acusação dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa —com pena de cinco, seis e três anos de cadeia, respectivamente. Ele nega irregularidades.
Sérgio Moro, o Major Quaresma
A trajetória de Sérgio Moro, de juiz federal, à ministro da Justiça de um governo de extrema-direita e, na sequência, advogado do extremista Jair Bolsonaro lembra as dificuldades do protagonista na obra ‘’Triste Fim de Policarpo Quaresma’, romance de autoria de Lima Barreto, escrito em 1915. Em forma de sátira, o romance narra as desditas do Major Quaresma na capital da República, que culmina com a morte do protagonista.
Em analogia, o que morre é a pseudo imagem de combate do crime criada pelo ministro Sérgio Moro, aliado político do governo que ajudou a eleger, quando ainda atuava como juiz titular da 13º Vara da Justiça Federal de Curitiba, através da ilegítima condenação do mais importante líder político do trabalhismo do Brasil, quando ainda atuava como juiz titular da 13º Vara da Justiça Federal de Curitiba.
ORCRIM
Observa-se que, de maneira precisa, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes definiu os procuradores da República que atuam na força-tarefa do Caso Lava Jato como membros de uma sofisticada Organização Criminosa (ORCRIM), que age partidariamente, em busca de riqueza e poder pessoal. Na análise do membro do STF, Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública do Governo Bolsonaro e ex-juiz da 13º Vara Federal de Curitiba, em associação com Deltan Dallagnol, procurador da República e chefe da força-tarefa do Caso Lava Jato, são parte do esquema criminoso.
*Com informações do UOL.