Dois bebês nascidos no Hospital Inácia Pinto dos Santos (Hospital da Mulher) de Feira de Santana estão há mais de 15 dias à espera de vaga em hospital especializado para passar por cirurgia em Salvador. As famílias dos recém-nascidos têm se mobilizado, mas ainda não foram viabilizadas as transferências. O Governo Municipal, por meio da Fundação Hospitalar de Feira de Santana (FHFS), não tem poupado esforços para dar a melhor assistência aos recém-nascidos com Cardiopatia Congênita e o acolhimento as mães, enquanto aguardam na Casa da Puérpera a Transferência para cirurgia.
O caso mais recente é o do bebê de Kaliane da Silva Rodrigues nascido em 15 de dezembro de 2019. O outro bebê é uma menina nascida no dia 28 de Novembro 2019 cuja mãe Flávia de Almeida Santos, 28 anos, moradora do distrito de Humildes no município de Feria de Santana, aguarda a transferência há 26 dias para um hospital em Salvador. Os bebês nasceram diagnosticados com Cardiopatia Congênita, alterações do coração e dos grandes vasos, detectados através do exame Ecocardiograma após o nascimento.
“Esperava voltar com meu filho pra casa após o nascimento, mas não aconteceu ainda, para isso ele precisa ser operado. Eu e meu filho estamos vulneráveis a vontade da Central de Regulação do Estado. Todos os dias pergunto e a resposta continua a mesma, que ainda não tem vaga. Eu estou pedindo socorro gente pelo meu filho”, desabafa Kaliane.
O médico pediatra Neonatologista, Luciano Braz, explica que os recém-nascidos estão internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital da Mulher e precisam ser levados para Salvador o mais rápido possível. No entanto, ainda não há previsão de transferência. “O estado dos bebês é grave, inclusive estão sendo mantidas sob medicamentos fortíssimos que poderiam não ser preciso após a cirurgia. O caso é preocupante e afeta toda a equipe médica que mantém esses bebês aqui sob todo o cuidado, sendo que já deveriam ter feito a cirurgia e já está em casa com suas famílias”, considera.
O prefeito Colbert Martins Filho, médico por formação, está acompanhando o caso dos recém-nascidos de perto. “Confio na equipe médica que atua no Hospital da Mulher e todos os esforços já estão sendo feitos e continuarão da melhor forma possível para continuar mantendo a saúde dos bebês, até que sejam transferidos para cirurgia”, declara Colbert.
Gilberte Lucas, presidente da Fundação Hospitalar, destaca a assistência que Hospital da Mulher vem garantindo aos bebês na Uti-neonatal. “O hospital e a equipe médica estão garantindo inclusive o acompanhamento do cardiologista e equipamentos necessário para dar sobrevida para esses bebês. O prefeito Colbert Martins tem nos dado condições e apoio necessário para enfrentarmos essas dificuldades. O hospital tem solicitado todos os dias para a Central de Regulação do estado para a transferência desses recém-nascidos. Temos inúmeros protocolos que nos dão a certeza que estamos fazendo a nossa parte. Mas o que esperamos mesmo é conseguir transferir os bebês para cirurgia e que possam voltar para casa nos braços da família com saúde”, salientou presidente da FHFS.
Em relação a bebê que aguarda ser transferida há 26 dias, Gilberte Lucas explicou que o Hospital da Mulher solicitou o encaminhamento junto a Central de Regulação a nível de emergência, mas o órgão ainda não se posicionou para informar quando vai surgir uma nova vaga.
“A menina é tratada com medicamentos fortes, como Prostin ou Alprostadil ou prostaglandina, que são medicamentos vasos dilatadores adquiridos pelo Governo Municipal com recursos próprios e exclusivamente para instabilizar o estado de saúde do bebê cardiopata até que tenhamos uma resposta positiva. É o que esperamos”, completa Gilberte.