Representantes de sindicais e servidores públicos fazem manifestação no centro de Salvador contra as reformas do Governo Bolsonaro

Membros da população de Salvador protestam contra as reformas Governo Bolsonaro.
Membros da população de Salvador protestam contra as reformas Governo Bolsonaro.

Integrantes de sindicatos, associações e servidores públicos realizaram, nesta quarta-feira (18/08/2021), uma manifestação contra a Reforma Administrativa proposta pelo governo federal. O protesto contra a PEC 32 ocorreu com uma caminhada do Campo Grande à Praça Castro Alves, a partir das 10h.

A maioria dos manifestantes integra o Fórum Baiano em Defesa do Serviço Público cuja pauta defende a garantia de direitos como a estabilidade no funcionalismo. Segundo os coordenadores do movimento, o texto proposto pelo governo deve prejudicar importantes setores como a Saúde, Educação e Segurança Pública.

Integrante do Fórum e também do Coletivo Resistência e Luta no Judiciário, Denise Carneiro criticou os ataques feitos pelos integrantes do governo e sua base ao serviço público no Brasil. Para ela, “só com grande mobilização popular poderemos combater a rede de desinformação bancada pelo governo federal e seus aliados. E o papel de protagonismo nesse caso cabe aos trabalhadores públicos, junto a toda a Classe”

Já a servidora Luciana Liberato, afirma que a PEC 32 traz um conjunto de armadilhas para a sociedade como um todo. “O SUS é o principal prejudicado pela proposta, pois ela libera a terceirização ou privatização completa de serviços essenciais de saúde que vão desde o Samu até os casos de complexidade”, disse.

Diretor do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho e Previdência Social (Sindprev), Valdemir Medeiros também ressalta que o SUS pode ser bastante impactado com a PEC 32.

Ele lembra que dos países com mais de 200 milhões de habitantes, o Brasil é o único que conta com serviços gratuitos de saúde de forma universal. Estes são apenas exemplos do peso que tem o serviço público e gratuito.  “Antes da pandemia, mais de 70% da população era atendida pelo Sistema Único de Saúde, número que aumentou bastante com o avanço do desemprego e a fragilidade de cobertura dos planos de saúde para uma doença tão complexa como a COVID-19. O quadro de mortes seria mais trágico ainda e poderíamos ter um número de mortos 20% maior se não fosse o SUS”, estima.

Já na Educação, segundo dados de 2019 do IBGE, há mais de 80% do contingente de estudantes brasileiros na escola pública.

Segundo a deputada federal Lídice da Mata, caso aprovada, a PEC 32 abrirá caminho para o aumento descontrolado da privatização de tudo o que hoje é público, o que pode impactar milhares de famílias.

Ela acrescenta que as pessoas mais pobres deixarão de ter acesso a serviços básicos por não terem condições de pagar por eles.

“O problema do serviço público não é de eficiência, mas de falta de investimentos e déficit de pessoal. Até em países cujo liberalismo é a mola mestra da ideologia econômica há pelo menos 10% de servidores na população. No Brasil, é a metade disso e, ainda assim, o país tem uma boa produtividade nos serviços públicos. Há toda uma construção narrativa quanto à sua má qualidade, o que não é verdade”, avalia.

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