A Abu Dhabi National Oil Company (Adnoc), estatal de petróleo dos Emirados Árabes Unidos, decidiu não prosseguir com a compra da fatia da Novonor na Braskem, produtora de polímeros. A notícia desta segunda-feira (06/05/2024) impactou os investidores, refletindo-se em uma queda de 14,53% nas ações da empresa, encerrando o dia a R$ 19,71 na Bolsa de Valores (B3). A oferta inicial dos árabes era de R$ 10,5 bilhões pela participação na gigante petroquímica, que enfrenta incertezas devido à tragédia ambiental em Alagoas.
A Adnoc informou à Braskem sua decisão de desistir do processo de análise e negociações com a Novonor. A retração da Adnoc resultou em uma desvalorização de R$ 2,3 bilhões no valor de mercado da Braskem, que agora é avaliada em R$ 15,73 bilhões. Apesar disso, a Novonor reafirmou seu compromisso com o processo de venda.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, revelou que outras empresas estão interessadas na fatia da Braskem e que a estatal está aguardando novas ofertas. A Petrochemical Industries Corporation (PIC), estatal do Kuwait, é uma das possíveis interessadas. A Petrobras, detentora de direito de preferência, conduziu uma diligência na Braskem e está preparada para agir, buscando um novo parceiro financeiramente forte.
O impasse gerado pela desistência da Adnoc é reflexo das incertezas jurídicas e ambientais em torno do desastre em Alagoas. A judicialização do caso, a CPI instaurada e os gastos crescentes da Braskem com a tragédia complicam o cenário para possíveis compradores. Especialistas apontam que o processo de aquisição da Braskem continuará desafiador, com a Unipar abandonando o processo e a J&F não avançando com sua proposta.
*Com informações da Bloomberg e O Globo.
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